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Polícia de Los Angeles entra em confronto com manifestantes durante desocupação de acampamento pró-Palestina

Autoridades deram ordem de desocupação na noite de quarta, após brigas entre grupos pró-Palestina e pró-Israel

Agência O Globo - 02/05/2024
Polícia de Los Angeles entra em confronto com manifestantes durante desocupação de acampamento pró-Palestina
Polícia de Los Angeles entra em confronto com manifestantes durante desocupação de acampamento pró-Palestina - Foto: Reprodução / internet

A Polícia de Los Angeles começou a desmantelar o acampamento pró-Palestina montado no campus da Universidade da Califórnia (UCLA), na manhã desta quinta-feira, após semanas de protesto contra a guerra na Faixa de Gaza. Houve confronto com manifestantes, enquanto os policiais tentaram adentrar o campus e destruir as barricadas construídas com tapumes de madeira e grades, para isolar o local.

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A polícia ordenou a retirada dos manifestantes ainda na noite de quarta-feira, horas após os confrontos entre grupos pró-Palestina e pró-Israel. A ordem era para que os acampados se retirassem da ocupação montada em frente ao teatro Royce Hall, mas foi ignorada. Nas primeiras horas de quinta-feira, policiais com equipamento de tropa de choque fizeram fila e começaram a cercar os acampados.

Dezenas de manifestantes foram vistos saindo da área com as mãos levantadas, enquanto várias centenas de policiais começaram a entrar na área do acampamento, mas também houve tentativas de resistência.

O impasse na UCLA é um dos vários pontos críticos nos campi dos EUA, de Nova York à Califórnia, onde os manifestantes exigem que as escolas rompam os laços financeiros com Israel e concedam anistia aos estudantes por violação de regras, entre outros objetivos. Os confrontos dividiram políticos, professores e doadores bilionários entre demonstrações de apoio e condenação.

Em um sinal de que os manifestantes sabiam dos riscos de desacatar a ordem policial, organizadores do protesto gritaram, no início da noite, para que as pessoas deixassem o acampamento “se não querem ser presos”. Muitos dos que partiram apenas se reagruparam nas proximidades, e a multidão cresceu ao longo da noite.

Richard Leib, presidente do Conselho de Regentes da Universidade da Califórnia, alertou na quarta-feira que um “ambiente inseguro” no campus precisava ser resolvido.

"Os protestos que interferem nas operações da universidade ou ameaçam a segurança dos estudantes exigem a aplicação imediata das políticas da Universidade para que situações violentas sejam evitadas", disse Leib em um comunicado. "É nossa prioridade garantir a segurança de todos os alunos e permitir a igualdade de acesso à educação."

Autoridades da Universidade da Califórnia disseram que 15 pessoas ficaram feridas na briga anterior, incluindo uma que foi hospitalizada depois que manifestantes pró-Palestina foram atacados por contra-manifestantes pró-Israel. As aulas foram canceladas na quarta e possivelmente na quinta.

"Deve haver uma investigação completa sobre o que ocorreu no campus ontem à noite", disse a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, em comunicado. "Aqueles envolvidos no lançamento de fogos de artifício contra outras pessoas, na pulverização de produtos químicos e na agressão física de outras pessoas serão encontrados, presos e processados, bem como qualquer pessoa envolvida em qualquer forma de violência ou ilegalidade." (Com NYT e Bloomberg)