Em Brasília, apesar de serem adversários, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) estão agora engajados em uma nova frente de disputa política em Maceió. Os dois políticos estão em negociações para definir quem será o vice na chapa para a prefeitura da capital alagoana, atualmente governada por um aliado de Lira, João Henrique Caldas (JHC), do PL.

Ambos, Lira e Renan, têm o objetivo de fortalecer suas bases eleitorais em Alagoas, visando a eleição para o Senado em 2026. No entanto, as estratégias divergem significativamente. Lira busca consolidar uma aliança que garanta que um aliado próximo seja o vice, oferecendo nomes como David Davino Filho e Jó Pereira, sua prima e atual secretária de Educação de Maceió.

Por outro lado, Renan Calheiros tenta ampliar o alcance da disputa ao tentar incluir o PT na chapa, visando uma nacionalização do debate político e criar um contraponto à candidatura de Rafael Brito (MDB) apoiada por JHC. A articulação de Renan, contudo, enfrenta desafios, dado que o PT já lançou uma pré-candidatura própria em Maceió.

O panorama político se complica ainda mais com a possível candidatura de JHC ao governo de Alagoas em 2026, o que deixaria a prefeitura nas mãos de seu vice. A situação é delicada também para o senador Rodrigo Cunha (Podemos), cotado como vice, que poderia assumir a prefeitura, com sua suplente no Senado sendo Eudócia Caldas, mãe de JHC, uma manobra que fortaleceria ainda mais a presença política da família Caldas.

Outros partidos, como PSB e o próprio MDB, também estão no jogo pela vice-prefeitura, com propostas que variam de alianças com o PSB até uma chapa puro-sangue do MDB.

O cenário político em Maceió segue fluído, com as convenções partidárias previstas apenas para o final de julho. Até lá, as negociações devem continuar intensas, refletindo o desejo de Lira e Renan de expandir e consolidar suas influências políticas em preparação para as eleições de 2026.