O União Brasil definiu que o deputado estadual Rodrigo Amorim será o nome da sigla na disputa pela Prefeitura do Rio. Em reunião realizada nesta quinta-feira, com as principais lideranças do partido no estado, a legenda começou a traçar as estratégias da pré-candidatura. O evento de anúncio oficial do parlamentar como adversário do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), que tentará a reeleição, vai acontecer ainda na primeira quinzena de maio. A agenda contará com a presença do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), outro pré-candidato à prefeitura e que tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Amorim, também bolsonarista convicto, a confirmação de seu nome para a eleição foi uma vitória, já que a legenda vinha sido procurada para compor a base de apoio a Paes.

— Havia uma articulação dele (Paes) com lideranças do União de fora do Rio, principalmente com nomes do Nordeste, para que o partido o apoiasse. Então já é uma importante vitória o União, com a chancela do presidente estadual da legenda Rodrigo Bacellar, se decidir pela candidatura própria e esolher o meu nome. Agora vamos dar início às discussões dos projetos para a cidade, que terão foco especial em questões de ordem pública e segurança — adianta o deputado.

Amorim também descarta que disputar a eleição contra outro bolsonarista, o pré-candidato do PL Alexandre Ramagem, que tem o apoio do ex-presidente, possa criar uma eventual divisão de votos dentro da direita e favorecer Paes.

— Vamos monitorar os números até o momento das convenções, mas enxergo que o importante nesse momento de pré-campanha é fortalecer uma frente de centro direita, que inclua o União, o PL e até mesmo o PP, que já anunciou a pré-candidatura do Marcelo Queiroz. Considero o Ramagem um amigo, mas quero colocar a minha pré-candidatura como uma alternativa ao voto no Eduardo Paes, que hoje junto com o PSOL representa a esquerda na cidade do Rio — avalia ele, que não descarta ocupar um posto de vice na chapa do ex-delegado federal caso seja convidado: — mas não é o momento de discutir isso — afirma.

A relação dos dois é tão próxima que Amorim já conta com o deputado federal na lista dos presentes no evento que irá marcar o anúncio oficial de sua pré-candidatura, ainda sem data definida. Alexandre Ramagem confirma que pretende estar presente na solenidade, sem polemizar uma eventual divisão do eleitorado bolsonarista no apoio aos pré-candidatos.

— Todas as indicações de centro e de direita são importantes para o pleito eleitoral, ainda mais quando se tem definido um bloco da esquerda com Eduardo Paes, apoiado pelo PT — avalia Ramagem

Essa será a terceira eleição municipal em que o nome de Amorim aparece como opção para a prefeitura do Rio. Em 2016, ele foi vice-candidato preito na chapa encabeçada pelo senador Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro. Os dois receberam cerca de 424 mil votos, ficando em quarto lugar no pleito que vencido por Marcelo Civella (Republicanos).

Em 2019, Flávio Bolsonaro chegou a lançar o nome do já deputado estadual Rodrigo Amorim como o nome do PSL para disputar a prefeitura do Rio em 2020. No entanto, após a decisão da família Bolsonaro deixar a legenda e migrar para PL, a candidatura acabou sendo descartada.

Placa Marielle

Em 2018, durante sua primeira campanha para deputado estadual, Amorim ganhou visibilidade após quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, que tinha sido assassinada junto a seu motorista meses antes. No dia, ele estava acompanhado do então candidato a deputado federal Daniel Silveira e do então candidato ao governo do estado Wilson Witzel.