Economia

Região Norte é a mais afetada pela fome. No Pará, quase 10% das famílias sofrem privação

Ao todo, 9,5% dos lares paraenses sofrem com insegurança alimentar grave.

Agência O Globo - 25/04/2024
Região Norte é a mais afetada pela fome. No Pará, quase 10% das famílias sofrem privação
Região Norte é a mais afetada pela fome. No Pará, quase 10% das famílias sofrem privação - Foto: Reprodução / internet

A região Norte do país é a mais afetada pela fome, onde 7,7% dos lares vivenciaram falta de alimentos ou lidavam com redução da qualidade e quantidade de comida em 2023, incluindo as crianças. O percentual é mais que o dobro do Sudeste (2,9%) e quase quatro vezes maior que o do Sul (2%).

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A região tem mais domicílios sob privação de alimentos que o Nordeste, com 6,2%. No Centro-Oeste, percentual foi de 3,6% em 2023.

É também o Norte que amarga o maior número de lares sob insegurança alimentar leve (quanto há incerteza sobre acesso a alimentos no futuro) e moderada (quando há redução da quantidade e qualidade de alimentos). Mais de um terço (39%) dos domicílios no Norte estavam sob algum grau de insegurança alimentar em 2023 - no Sul, cai para 16%.

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Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do IBGE, cujas informações sobre segurança alimentar no país foram divulgadas nesta quinta-feira.

Os números do IBGE revelam que a situação da fome no país já foi maior no Nordeste. Até 2009, essa era a região com os maiores índices de insegurança alimentar - seja leve, moderada ou grave. Mas foi superada pelo Norte a partir de 2013, área com maior número de domicílios sob esta condição há uma década.

Veja a situação nos estados

Percentual de lares nos quais a insegurança alimentar é grave, ou seja, nos quais as famílias convivem com a fome

Pará: 9,5%

Amazonas: 9,1%

Amapá: 8,4%

Maranhão: 8,1%

Roraima: 6,6%

Pernambuco: 6,5%

Ceará: 6,2%

Bahia: 6,1%

Paraíba: 6%

Acre: 5,7%

Alagoas: 5,6%

Sergipe: 5,6%

Piauí: 5,4%

Rio Grande do Norte: 4,9%

Distrito Federal: 4,1%

Mato Grosso: 3,9%

Goiás: 3,7%

Rio de Janeiro: 3,1%

São Paulo: 3%

Rondônia: 2,9%

Minas Gerais: 2,8%

Tocantins: 2,6%

Mato Grosso do Sul: 2,6%

Espírito Santo: 2,2%

Paraná: 2,2%

Rio Grande do Sul: 2,2%

Santa Catarina: 1,5%

O Pará foi em 2023 o estado com maior proporção de domicílios com insegurança alimentar grave 9,5%, seguido do Amazonas (9,1%), Amapá (8,4%) e Maranhão (8,1%).

No extremo oposto estavam Santa Catarina (1,5%), Rio Grande do Sul, Paraná e Espirito Santo (empatados, com 2,2%). A média do Brasil era de 4,1% de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave.

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Em termos de região, as proporções de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave nas regiões Norte (16%) e Nordeste (14,8%) eram bem superiores às do Centro-Oeste (7,9%), Sudeste (6,7%) e Sul (4,7%).

A pesquisa foi elaborada com base na metodologia adotada na Pnad de 2004, 2009 e 2013 e na Pesquisa de Orçamentos Familiares dos anos de 2017-2018. O levantamento classifica as unidades domiciliares segundo os graus atribuídos pela Escala de Insegurança Alimentar brasileira.