Sobrinha-neta da poeta Cora Coralina (1889-1985), a goiana Adda di Guimarães morreu neste domingo (21), no Rio de Janeiro. Em 2003, ela abriu na Rua Visconde de Pirajá, em frente à Praça General Osório, em Ipanema, a banca A Cena Muda, um antiquário que funcionava dentro de uma banca de jornal, especailizado em publicações antigas.

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O acervo, de mais de 5 mil revistas brasileiras e estrangeiras que circularam entre o começo do século XX e a década de 1970, dividia espaço com brinquedos e uma coleção de caixas de vários modelos.

Com o tempo, a banca-antiquário se transformou numa referência cultural da região, e Adda passsou a organizar eventos, como uma exposição de edições raras dos livros infantis de Monteiro Lobato, realizada em 2006, com livros editados entre as décadas de 1920 e 1950, entre eles uma primeira edição de "Reinações de Narizinho" (1920).

A Cena Muda também reeditou publicações que estavam fora de circulação há décadas. Um dos exemplos foram as novas edições dos célebres "catecismos" de Carlos Zéfiro, quadrinhos eróticos que circularam com enorme sucesso entre os anos 1950 a 1970.

Adda era mãe da jornalista Cleo Guimarães, ex-editora da extinta coluna Gente Boa, do GLOBO, e atual editora do portal F5, da Folha de São Paulo. Adda será velada terça-feira, no Memorial do Carmo, no bairro do Caju, Zona Norte do Rio.