Um adolescente israelense foi encontrado morto na Cisjordânia, neste sábado, em um caso descrito pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como um "assassinato hediondo". Benjamin Achimeir, de 14 anos, desapareceu na sexta-feira de Malachi Hashalom, um posto avançado próximo à cidade de Ramallah, e desde então as forças de segurança israelense e centenas de voluntários se mobilizaram para encontrá-lo — buscas que desencadearam episódios de violência contra vilarejos palestinos, deixando um morto e dezenas de feridos.

O corpo de Achimeir foi encontrado próximo ao local de seu desaparecimento, segundo o Exército Israelense e as forças de segurança. A causa da morte não ficou clara. As Forças Armadas de Israel afirmam que o adolescente "foi assassinado em um ataque terrorista" e que as as forças de segurança "continuam buscando os suspeitos". Em um comunicado, Netanyahu afirmou que "o assassinato hediondo do menino [...] é um crime grave".

Ataque à vilas palestinas

As buscas provocaram ataques contra vilarejos palestinos, com a invasão de colonos judeus a aldeia al-Mughayyir, perto de Malachi Hashalom. O prefeito Amin Abu Alyah disse que "os colonos invadiram a cidade com a desculpa de procurar o menino israelense desaparecido", acrescentando que "o Exército chegou para apoiá-los".

Os colonos dispararam e incendiaram casas e carros, e, em resposta, moradores atiraram pedras, segundo a AFP. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, ao menos uma pessoa morreu e outras 25 ficaram feridas.

Durante a noite, a agência de notícias oficial palestina informou que cinco palestinos ficaram feridos em outro ataque de colonos no vilarejo de Abu Falah, perto de Ramallah.

Apesar de ser governada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), a Cisjordânia é um território palestino ocupado desde 1967 por Israel. De acordo com números oficiais, cerca de três milhões de palestinos vivem na região, mas, ao mesmo tempo, o governo israelense reconhece a presença de 465.400 pessoas em assentamentos judaicos no território, considerados ilegais pelas leis internacionais.

O número não inclui os assentamentos em Jerusalém Oriental, e as autoridades palestinas afirmam que o número real de colonos supera 700 mil. Além disso, desde o início do conflito em Gaza, a região tem sido abalada por uma violência renovada.