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Grupo prepara expedição para confirmar a descoberta de um submarino nazista naufragado na Argentina

A principal hipótese é que poderia ser uma embarcação do tipo U Boot Classe IX que fez parte da frota da Kriegsmarine, a força naval da Alemanha nazista

Agência O Globo - 13/04/2024
Grupo prepara expedição para confirmar a descoberta de um submarino nazista naufragado na Argentina

A dúvida está aberta e a resposta pode estar a alguns quilômetros da costa da vizinha localidade de Quequén e a quase 30 metros de profundidade, na área do leito marinho onde foi detectado um naufrágio que, de acordo com uma investigação e os primeiros dados de especialistas, poderia ser parte de um submarino alemão envolvido na Segunda Guerra Mundial.

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Confirmar isso é o objetivo que os membros da Eslabón Perdido, o grupo que, com base em uma informação obtida de um testemunho, avançou mar adentro até a localização indicada e confirmou, a princípio, que havia algo naquele local que nenhum mapa náutico havia mencionado ou indicado.

As imagens capturadas naquela ocasião, em vídeo e fotografia, chegaram às mãos de especialistas europeus que, apesar da pouca iluminação, inicialmente apoiaram a hipótese defendida pelos impulsionadores desta cruzada: poderia ser uma embarcação do tipo U Boot Classe IX que fazia parte da frota da Kriegsmarine, a força naval da Alemanha nazista.

"Estamos muito perto de obter uma prova contundente", explicou Abel Basti, membro e porta-voz da Eslabón Perdido, ao LA NACION, que tem uma vasta experiência pessoal em pesquisa sobre o potencial militar que Adolf Hitler liderava.

O plano estava programado para esta semana, mas foi adiado por questões operacionais. Trata-se de uma expedição com unidades subaquáticas, particularmente o uso de veículos do tipo ROV (Veículo Operado Remotamente), com os quais será possível chegar novamente à peça a ser analisada.

A ação tem autorização da Prefeitura Naval Argentina não só para acesso, mas também para criar um registro de imagens que forneça elementos para que os especialistas no assunto possam fazer uma avaliação conclusiva.

A missão é financiada e promovida pela Fundação Reitich, e os trabalhos no mar e nas profundezas ficarão a cargo da empresa Deepwater -ROV Inspection Services, dirigida pelo engenheiro Carlos Pane.

Segundo Basti, serão usados dois ROV para buscar detalhes mais precisos sobre a estrutura de quase 80 metros que está no fundo do mar. As operações contarão com o apoio de duas embarcações.

Material fílmico e fotográfico

O material fílmico e fotográfico obtido ficará à disposição de uma Comissão Técnica Avaliadora composta pelos engenheiros Hernán Sotero González, Jorge Pereda e Martín Canevaro.

Este último, que foi presidente do Conselho Profissional de Engenharia Naval, é quem, na primeira perícia, confirmou que não se tratava de restos de um navio tradicional e sugeriu que poderia ser um submarino, de acordo com certas condições de design e peças que eram visíveis no casco.

A mesma conclusão foi alcançada por Fabio Bisciotti, um especialista da Liga Naval Italiana, talvez o profissional que mais saiba sobre restos de embarcações naufragadas da Segunda Guerra Mundial, já que participou de dezenas de expedições para localizar e identificar navios.

Em conversa com o LA NACION, ele já havia advertido que, se fosse confirmado que se trata de um submarino alemão, seria "a descoberta naval mais importante da história argentina".

Bisciotti não apenas encontrou indicadores mais do que sugestivos para afirmar que se trata de parte de um submarino alemão. Ele arriscou dizer que, pelas condições que observava naquela estrutura, que estaria submersa há décadas, sua hipótese é que poderia ter sido afundado e destruído por explosão de forma intencional pela própria tripulação. Basti antecipou que, para esta nova expedição, Gilberto Opazo, pesquisador e especialista em criminologia, se juntará do Chile.

A Eslabón Perdido entrou em contato com os diferentes envolvidos, tanto indivíduos quanto o Estado. Também com autoridades alemãs, em busca de informações que possam relacionar um possível restante de embarcação nazista em uma área tão distante do foco do conflito bélico do meio do século passado.

Eles citam a resposta da embaixada da Alemanha na Argentina fornecida por Constanza Corinagrato, responsável pela Seção de Política e Direitos Humanos daquela representação, na qual afirmam que "não há indícios de que se trate de um naufrágio de um submarino alemão". Portanto, também esclarecem que não são proprietários desses restos.