Internacional
Diplomacia dos drones: Irã se projeta globalmente com armas de baixo custo e pode revolucionar guerras pelo mundo
Tecnologia desenvolvida ao longo de décadas, violando sanções internacionais, fortalece laços do regime teocrático com países na Europa, no Oriente Médio, na África e na América do Sul
Em janeiro, rebeldes lutando contra o Exército do Sudão derrubaram um drone perto de Cartum. Vídeos da comemoração dos combatentes ao lado dos destroços, publicados nas redes sociais, ofereceram uma visão e um novo dado sobre como a tecnologia do Irã está remodelando o comércio global de armas.
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O drone no vídeo, fabricado a partir do modelo iraniano Ababil — usado por paramilitares em todo o Oriente Médio desde que foi desenvolvido, na década de 1990 —, trazia um ajuste de design: dois pneus dianteiros, em vez do habitual pneu único, forneceram uma evidência direta de um campo de batalha real de que o Sudão está modificando o modelo clássico para criar sua própria arma, que chama de Zagel-3.
A revelação no continente africano é parte de uma intensificação da produção de drones iranianos em pelo menos outros cinco países, da América do Sul à Ásia Central, nos últimos dois anos. Mais recentemente, a Rússia começou a fabricar as armas de guerra para usar no front da Ucrânia, elevando o número de países que utilizam tecnologia, assistência ou peças iranianas para ao menos dez.
A maestria do Irã na produção de drones de guerra com tecnologia relativamente simples apresenta novos riscos urgentes para a estabilidade do Oriente Médio: os líderes do país ameaçaram, na semana passada, retaliar contra Israel por um ataque aéreo em sua embaixada na Síria que matou oficiais da Guarda Revolucionária do Irã. No início do ano, três funcionários do serviço americano foram mortos e mais de 40 ficaram feridos por um drone kamikaze na base militar Tower 22 , na Jordânia. Mais longe, o crescente papel de Teerã na proliferação da tecnologia para milícias e exércitos próximos e distantes tem tensionado animosidades regionais em quatro continentes.
A diplomacia de drones do Irã está rendendo moeda estrangeira para financiar sua indústria de defesa, fortalecendo suas alianças estratégicas e tornando o país um formidável negociador de armas — com o potencial de mudar a natureza dos conflitos ao redor do mundo.
Amarrado por mais de 40 anos de sanções econômicas, o Irã está se libertando sobre as asas do que são essencialmente aeromodelos impulsionados por motores de cortador de grama, guiados por componentes fabricados nos EUA — comprados pela internet ou retirados das prateleiras de varejistas — e armados para a guerra.
Mais do que seu programa de mísseis, sua rede de grupos extremistas ou até mesmo o que os EUA e a Agência Internacional de Energia Atômica descreveram como esforços para obter armas nucleares, os drones estão transformando a República Islâmica em um player com ambições cada vez mais maiores. Os EUA e seus aliados, como Israel, estão lutando para responder, especialmente na região que se estende do Iraque através da Síria e até o Líbano, Jordânia, Gaza e Iêmen.
— Os últimos dois anos foram um período de hiperaceleração de novas táticas e técnicas para o emprego de UAVs [veículos aéreos não tripulados] do Irã — disse Matthew McInnis, oficial de inteligência do Pentágono por 15 anos e, de 2019 a 2021, representante especial adjunto do Departamento de Estado para o Irã. — Todos os Estados estão atrasados em termos de construir capacidades defensivas [contra os drones].
Por sua parte — e apesar de um recente vazamento de documentos hackeados que indica o contrário —, o Irã negou repetidamente vender drones para a Rússia para uso na Ucrânia, mas admitiu ter enviado um "pequeno número" antes da invasão de fevereiro de 2022. O ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, disse em janeiro que o país não era responsável por outros países copiarem drones iranianos. Em comunicado à Bloomberg News, a missão permanente do Irã nas Nações Unidas disse:
"Do ponto de vista moral, o Irã se abstém de se envolver em transações de armas com qualquer parte envolvida em conflitos ativos com outra devido a preocupações com a utilização potencial de tal armamento durante o curso do referido conflito", escreveu a representação diplomática.
Evolução tecnológica e cooperação
Os drones do Irã estão ficando melhores e mais furtivos. O modelo que atingiu a base americana na Jordânia, em janeiro, penetrou nas defesas dos EUA seguindo um outro drone que pousava lá — o que significa que algumas defesas podem ter sido desativadas —m de acordo com dois membros do grupo ETANA Syria, que monitora o conflito no país.
Um porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA chamou a aquisição, desenvolvimento e proliferação de drones do Irã de "uma ameaça crescente para a paz e a segurança internacionais" e observou que o secretário de Defesa Lloyd Austin estabeleceu no mês passado um painel de líderes sêniores para encontrar maneiras eficazes de abordar "esse desafio operacional urgente". No entanto, o Pentágono divulgou poucas informações sobre o ataque na Jordânia.
O Washington Post citou uma fonte de defesa dizendo que o equipamento era um Shahed-101, um pequeno drone de ataque que não precisa de equipamento especial para lançamento, voa baixo para evadir melhor o radar e pode viajar pelo menos 700 quilômetros, três vezes o alcance do Ababil-2. O Shahed-101 fez pelo menos mais dois ataques bem-sucedidos contra forças americanas em janeiro, rompendo suas defesas antes que o Irã e suas milícias aliadas recuassem, para amenizar as tensões.
Acredita-se que o Irã tenha adaptado a manobra de sombreamento, um truque antigo com aeronaves pilotadas, mas novo para drones, da experiência da Rússia na Ucrânia. Analistas iranianos viajaram para a Rússia para estudar o sucesso dos drones iranianos Shahed-136 fabricados lá aos milhares para uso contra a Ucrânia e para aprimorar ainda mais suas táticas de evasão, diz Nikita Smagin, especialista em Irã no Conselho Russo de Assuntos Internacionais em Moscou.
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— Rússia e Irã estão aprendendo um com o outro. Isso é quase tão importante quanto o compartilhamento de tecnologia em si — diz McInnis, ex-embaixador e oficial de inteligência dos EUA.
No Mar Vermelho, os houthis do Iêmen patrocinados pelo Irã conseguiram reduzir o comércio pelo Canal de Suez em mais de 50% neste ano disparando drones e mísseis contra navios de carga. E desde o começo da guerra em Gaza, em outubro, grupos milicianos apoiados pelo Irã na Síria e no Iraque bombardearam dezenas de vezes bases militares remotas dos EUA na região, incluindo o ataque de janeiro.
O uso de drones do Irã se tornou mais sofisticado após a saída dos EUA do acordo nuclear com o país, em 2018, durante a administração de Donald Trump. Diplomatas americanos e europeus negociaram, nos dois anos seguintes, estender as restrições relacionadas às vendas de mísseis e drones iranianos no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Tudo mudou com o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque de drone em Bagdá, em janeiro de 2020.
A partir daí, avalia McInnis, o Irã e a Rússia — seu principal aliado no conselho — passaram a não aceitar mais limitações da ONU aos programas de armas do país. McInnis liderou as conversas com aliados europeus antes das negociações entrarem em colapso.
Desenvolvimento sob sanções
As restrições da ONU ao Irã expiraram em outubro, dias depois que a guerra irrompeu em Gaza. Poucas semanas depois, a Guarda Revolucionária apresentou suas armas e drones mais sofisticados até o momento para o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, no museu aeroespacial de Teerã. Eles incluíram drones, como o último Shahed-139, uma versão melhorada do Shahed-129 de média altitude e longo alcance implantado na Síria, e o drone espião Shahed-147 de alta altitude e longo alcance, comparável ao Global Hawk da Northrop Grumman.
O próprio aiatolá foi fotografado ao lado de um drone Shahed-149 "Gaza", com uma bateria de mísseis sob a asa — nomeado e projetado para enviar uma mensagem inconfundível. O drone de ataque possui um peso de lançamento superior a três toneladas, uma carga útil de 13 bombas e um alcance de até 2.500 km, o suficiente para alcançar Israel.
Um modelo não tripulado do Gaza também foi apresentado no estande do Irã, na mostra anual de defesa marítima do Catar, em Doha, no mês passado. Em 13 de março, o ministro da Defesa do Irã anunciou que o país agora é autossuficiente na produção de motores de drone e divulgou que suas exportações de armas aumentaram de quatro a cinco vezes nos últimos dois anos, de acordo com a agência oficial de notícias da República Islâmica.
Sanções são a mãe da invenção — e da circunvenção. Bloqueado por controles de exportação de comprar tecnologia ocidental com possíveis aplicações militares, o Irã depende de quaisquer partes eletrônicas que possa comprar de fornecedores asiáticos ou obter dos EUA e da Europa por meio de uma ampla rede de empresas de fachada.
Os ganhos dessa abordagem alimentam o drone suicida mais letal do Irã, o Shahed-136, que está surgindo aos montes nos campos de batalha ucranianos. Quase todas as partes são de origem americana ou europeia, de acordo com uma análise dos destroços de drones pela Comissão Anticorrupção Independente da Ucrânia.
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O Shahed-136 usa um chip de comunicação fabricado pela Analog Devices Inc., sediada em Wilmington, Massachusetts, que está à venda online no site de um distribuidor eletrônico do Reino Unido sediado em Hong Kong, pelo valor de HK$ 2.649 (aproximadamente R$ 1.700) e disponível em outros 11 países asiáticos. O mesmo drone usa um microcontrolador da Texas Instruments Inc., sediada em Dallas, à venda por HK$ 290 (R$ 190).
Um porta-voz da Texas Instruments disse que a empresa cumpre todas as restrições de exportação dos EUA e exige que seus distribuidores também o façam, realiza várias triagens em pedidos de clientes e toma medidas se souber de desvios ilícitos. Um porta-voz da Analog Devices disse que a empresa adere a todas as sanções e embargos ao Irã e mantém "processos rigorosos de monitoramento e auditoria" para evitar desvios ilícitos de seus produtos por revendedores.
Inovação ou morer
A origem da indústria de drones do Irã é uma história de inovar ou morrer. O regime revolucionário esteve sob sanções dos EUA e da comunidade internacional de tempos em tempos, desde que militantes invadiram a embaixada americana em Teerã, em 1979.
Os primeiros drones fabricados pelo Irã ancoraram seu arsenal durante o impasse prolongado contra o Iraque na década de 1980, enquanto os EUA e a Arábia Saudita enviavam armas e dinheiro para Saddam Hussein. Duzentos e cinquenta mil iranianos morreram. Na época, os estrategistas militares ocidentais ainda debatiam as implicações éticas e para o campo de batalha do uso de drones. O Irã nunca vacilou. Um ecossistema para o desenvolvimento das armas emergiu, composto por universidades, empresas privadas e centros de pesquisa militar.
No início dos anos 2000, Teerã compartilhou grande parte de sua tecnologia com a Síria, aliado mais próximo no Oriente Médio, de acordo com um relatório não publicado da ETANA. Cientistas iranianos se mudaram para Aleppo para trabalhar no principal laboratório de armas do país e codesenvolveram quatro modelos de drones suicidas com os sírios. A equipe até converteu duas aeronaves de asa fixa — o MIG-21 e um pequeno Cessna, produzido a partir de engenharia reversa — em aviões kamikaze não tripulados que foram implantados contra insurgentes durante a guerra civil na Síria.
Peças e orientações de fabricação são rotineiramente contrabandeadas da Síria para o Hezbollah, no Líbano, que produz uma variedade de drones para combater Israel, de acordo com o relatório da ETANA. Em 2010, o Irã concordou em cobrir todos os custos de drones e peças coproduzidos entregues ao Hezbollah, diz o relatório.
Em um modelo de empreendimento conjunto, o drone de vigilância Ababil-3DI foi fabricado no Líbano usando equipamentos fabricados pela Samsung e Hyundai e um dispositivo fabricado pela ATEN International Co., de Taiwan, para transmitir imagens de alta resolução para bases terrestres do Hezbollah, de acordo com o relatório da ETANA. Em 2022, a ATEN anunciou que interrompeu todas as exportações para o Irã. Tanto a Samsung quanto a Hyundai têm dezenas de subsidiárias, e não está claro a que unidades o relatório se referia. Os representantes se recusaram a comentar.
A própria tecnologia de drones do Irã recebeu um impulso em 2011, quando o comando cibernético do país sequestrou eletronicamente um Lockheed Martin RQ-170 Sentinel que operava na fronteira entre o Afeganistão e o Irã. Especialistas em aeroespacial iranianos utilizaram o processo de engenharia reversa no drone e, em 2018, uma cópia do equipamento americano, carregado de explosivos, fez sua estreia voando da Síria para Israel durante um momento particularmente tenso no Oriente Médio. Helicópteros israelenses o derrubaram.
— Você consegue imaginar se um drone iraniano explodisse em Tel Aviv? Teria provocado uma guerra — disse Joel Rayburn, um oficial de inteligência do Exército dos EUA que serviu como alto funcionário para o Oriente Médio no Conselho de Segurança Nacional dos EUA e no Departamento de Estado entre 2017 e 2021. — Isso foi há seis anos e levou diretamente ao que os iranianos estão implantando agora em toda a região.
Hoje no Irã, redes no estrangeiro gerenciadas por milhares de empresas privadas fornecem peças importadas e, às vezes, componentes acabados aos fabricantes de drones estatais. Descrições dessas cadeias de suprimentos paralelas surgiram em pelo menos meia dúzia de acusações arquivadas ou postas em sigilo desde 2020, que alegam que iranianos tentaram ocultar pedidos de peças para drones e outras armas por meio de empresas na China, nos Emirados Árabes Unidos, na Turquia e na Europa.
Desafio estratégico
Ruidosos, lentos e pouco discretos, os drones geralmente são derrubados a um custo muito maior do que o preço de fabricação de um modelo típico Shahed ou Ababil. Na Ucrânia, equipes voluntárias de caça a drones rastreiam e abatem-nos dos céus com holofotes portáteis, disparos de laser e metralhadoras de alto calibre. No entanto, no Mar Vermelho, os EUA e seus aliados estão usando mísseis antiaéreos, como o Sparrow, o SM-2 e o Sea Viper, que podem custar até US$ 1 milhão cada.
— Os Estados estão usando ativos excessivamente caros para derrubar coisas baratas — diz Erik Lin-Greenberg, historiador de tecnologia militar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts que pesquisa a dinâmica da guerra de drones.
O Pentágono "trabalha ativamente para desenvolver e entregar capacidades eficazes e acessíveis de contra-drones", disse o porta-voz Tom Crosson em respostas por e-mail, acrescentando que neutralizar drones sofisticados não é fácil. "Dependendo do tamanho, manobrabilidade, velocidade e outras capacidades técnicas dos drones, mitigá-los requer uma arquitetura de defesa aérea em camadas e integrada."
A proposta de valor dos drones parte do uso em massa, na esperança de que um ou dois atinjam seu alvo. A Rússia lançou onda após onda de drones kamikaze iranianos em instalações energéticas ucranianas e centros urbanos nos últimos meses. O Banco Mundial estima que os ataques da Rússia causaram cerca de US$ 12 bilhões (R$ 61,5 bilhões) em danos ao setor de energia da Ucrânia.
Ao ajudar aliados a produzir drones em seu próprio território — uma abordagem única na indústria — os parceiros do Irã ganham tecnologia e empregos, enquanto o Irã mantém uma medida de negação sobre como as armas são usadas. Documentos hackeados recentemente vazados pela Rede Prana mostram que a Rússia está pagando ao Irã US$ 1,16 bilhão (R$ 5,95 bilhões) para fabricar 6 mil drones kamikaze de alta qualidade Shahed-136 até 2025. Um vídeo impressionante divulgado pela mídia russa em março mostra linha após linha das armas em forma de triângulo que o IRGC diz serem capazes de transportar 50 quilos de explosivos por 2.500 km.
Eles estão sendo construídos em um parque industrial em Alabuga, Tartaristão, cerca de 1.000 km a leste de Moscou, onde a 3M Corp. e a Ford Motor Co. tinham empreendimentos até a invasão da Ucrânia pela Rússia. A retirada dos investimentos estrangeiros ocidentais deixou milhares de engenheiros livres para direcionar suas habilidades para a produção de armas. A maior parte do pagamento ao Irã deverá ser feita em armas russas, como caças Su-35.
Para os apoiadores do regime teocrático do Irã, sua capacidade de produzir uma arma tão valiosa para a Rússia valida a insistência obstinada do aiatolá Ali Khamenei ao longo dos anos de que as sanções ocidentais só tornam o Irã mais forte, diz Vali Nasr, conselheiro sobre Irã e Afeganistão na administração Obama e professor da Escola de Estudos Internacionais Avançados da Johns Hopkins.
— Khamenei disse o que a Rússia e a China ganhariam depois de todos aqueles anos trabalhando com o Ocidente, apenas para serem derrubados — diz Nasr. — Ele vê os EUA como imperialistas incorrigíveis.
Parcerias pelo mundo
Alguns acordos de drones são mais arrojados do que outros. O Irã recentemente restabeleceu relações com o Sudão após uma ruptura de sete anos para ajudar o Exército a combater um grupo paramilitar sudanês chamado Forças de Apoio Rápido. Especialistas dizem que os insurgentes são apoiados pelos Emirados Árabes Unidos, embora autoridades dos país do Golfo tenham negado. As Forças Armadas do Sudão disseram, em março de 2022, que produziram o Zagel-3, o Ababil aparentemente modificado com duas rodas.
Em outras partes da África, a Etiópia também usou drones iranianos para reprimir rebeliões em dois fronts. E no Tajiquistão, um aliado cooperativo dos EUA em uma variedade de questões da Ásia Central, a produção de drones do Irã está causando um dilema em Washington sobre se deve sancionar o governo por colaborar com a Guarda Revolucionária.
Essa fabricação internacional potencialmente dá ao Irã oportunidades de contornar as sanções e obter componentes em um país que não está sujeito a controles de exportação dos EUA sobre tecnologia, e depois usar a planta estrangeira como base de fabricação para reimportar o produto final, diz Lin-Greenberg do MIT.
Enquanto isso, Marrocos está irritado com o Irã por enviar drones para a Argélia para abastecer os separatistas da Frente Polisário no Saara Ocidental. A Venezuela, que vem fabricando drones iranianos desde 2007 e acredita-se que tenha recentemente atualizado para incluir drones suicidas como os implantados na Ucrânia e no Mar Vermelho, pode potencialmente ameaçar seu vizinho e rival, a Guiana. E o pedido da Bolívia por drones do Irã para monitorar sua fronteira e combater traficantes de drogas provocou uma disputa diplomática com a Argentina.
— O Irã quer ser levado a sério como uma potência mundial, então eles encontram cantos e recantos que lhes dão uma posição — diz Nasr, o ex-conselheiro de Obama.
No final, a menos que a China esteja disposta a reprimir as vendas de tecnologia para o Irã, sufocar a indústria de drones do Irã é uma causa perdida, diz Don Pearce, ex-chefe de um setor ligado às sanções do Departamento de Comércio americano. Pode levar de cinco a dez anos para o Ocidente desenvolver meios militares eficazes para combater drones iranianos, dizem os especialistas.
— É como enfiar o dedo em uma represa que está desmoronando. O melhor que podemos fazer é tentar retardar e tornar mais custoso para o Irã, o que conseguimos — diz Pearce.
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