Esportes

Novo esporte olímpico, squash tem cena feminina em crescimento e aguarda boom da modalidade no país

Evento 'Mulheres na Quadra Sim' acontece neste sábado em clube do Rio

Agência O Globo - 13/04/2024
Novo esporte olímpico, squash tem cena feminina em crescimento e aguarda boom da modalidade no país
Jogos Olímpicos - Foto: Agência Brasil

O sonho de qualquer atleta profissional é bem óbvio: disputar os Jogos Olímpicos. Mas o limite de esportes no programa do COI reduz os escolhidos a pouco mais de 11 mil. É entre eles que a jovem Laura Souza Bezerra Da Silva, de apenas 15 anos, almeja estar em Los Angeles-2028. A adolescente é a número um do Brasil no squash, modalidade incluída, em outubro passado, na próxima Olimpíada ao lado do flag football, beisebol/softbol, críquete e lacrosse.

Com um currículo de fazer inveja em muitos adultos, a jovem de Campinas disputa neste sábado a quarta etapa do "Mulheres na Quadra Sim", que será realizada no Rio Squash Club, na Glória, Zona Sul do Rio.

Atual bicampeã brasileira e bronze no Sul-Americano adulto, Laura é uma das atrações do evento que reunirá 40 mulheres, entre profissionais e amadoras de idades diversas, no tradicional clube do esporte na cidade. Os jogos serão disputados nas seis quadras, uma delas conhecida como o “Maracanã do squash” entre os praticantes.

— Quando soubemos que, enfim, nosso esporte passou a ser olímpico, começou a passar muita coisa pela minha cabeça… porque quem joga squash sabe o quanto essa notícia é especial — diz Laura, criada numa família de profissionais do esporte e que decidiu seguir o mesmo caminho aos 11 anos.

Idealizado por Roberta Carvalho, que retornou ao esporte nos últimos anos, o evento já é uma mostra do que esperar da modalidade no próximo ciclo olímpico. <EP,1>

— É incrível conseguirmos reunir 40 mulheres, algumas que nunca tinham pegado numa raquete, que se achavam incapazes, e vão competir entre si — diz Roberta, de 44 anos, que levará o evento para Belo Horizonte no segundo semestre, e sonha em montar uma quadra de vidro nas areias de Copacabana.

A inclusão, de fato, só se dará após Paris, mas o COB já vem dando apoio à Confederação Brasileira de Squash (CBS), que conta com mais de 3000 atletas no país e 12 estados filiados, que participam da Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.

Pela primeira vez, neste ano, a CBS realizou um camp com vários atletas para qualificação e definição das seleções os campeonatos sul-americanos da modadidade e o Pan de 2024. A convocação é feita através de seletiva com os melhores atletas do ranking profissional mundial e por meio de critérios técnicos. Os selecionados atuais são Laura Silva, Bruna Petrillo, Juliana Pereira e Tatiana Borges, no feminino, e Diego Gobbi, Pedro Mometto, Guilherme Melo e Rhuan Sousa, no masculino.

A diversidade de idades e experiências, inclusive, é visto como um agente importante de crescimento do esporte nos países tradicionais, como o Egito, principal referência do squash no mundo.

Laurinha, como é conhecida, é vista como o futuro. Mas ainda há espaço para outras atletas que abriram os caminhos anos atrás. Caso de Gabriela Noronha, de 32 anos. Na mesma idade de Laura, ela disputou os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.

Por ser um esporte de estrutura amadora no Brasil, Gabriela se afastou das quadras para seguir carreira na área de administração e formar família. De volta, pretende ser um norte para a futura geração.