Internacional
Marie Khone e Absa Faye: saiba quem são as primeiras-damas do novo presidente de Senegal
Muitos casamentos no país não são registrados, tornando difícil estimar prevalência da poligamia; relatório de 2013 apontou que 32,5% dos casados estão em uma união poligâmica
Bassirou Diomaye Faye foi eleito o mais novo presidente de Senegal na última sexta-feira e, na comemoração pela vitória, subiu ao palco ao lado de suas duas mulheres — algo inédito para um chefe do executivo local. Acompanhado por Marie Khone e Absa Faye, o político, o mais jovem a ser empossado no cargo, aos 44 anos, discursou para uma multidão, enviando uma mensagem a um país de maioria muçulmana, onde a poligamia é uma prática tradicional.
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A primeira esposa do presidente eleito, Marie, é natural da mesma cidade de Faye. Eles se casaram há 15 anos e têm quatro filhos juntos. Tida como mais discreta, ela foi considerada fundamental na jornada política do marido, segundo o jornal Vanguard News, conquistando espaço na comunidade senegalesa.
Segundo a publicação, antes mesmo de ter um título político oficial, Marie, de 34 anos, já exercia imensa influência e conquistou amplo respeito entre eleitores locais, o que foi importante na campanha do marido. Célebre defensora dos direitos das mulheres, ela já vinha defendendo iniciativas para aumentar o acesso à educação e aos cuidados de saúde no Senegal.
A atuação dela é considerada “uma fonte de inspiração e empoderamento para as mulheres no Senegal e para além das suas fronteiras”, segundo o Vanguard. Agora, os eleitores esperam que “ela continuará a usar seus recursos e influência para melhorar a vida das mulheres” do país.
Já o outro relacionamento do presidente, com Absa, é mais recente, com os dois tendo se casado há pouco mais de um ano, sem terem tido um filho até agora. Absa, de 31 anos, leva uma vida ainda mais reservada que a primeira mulher de Faye.
O novo presidente de Senegal foi professor de Absa na École supérieure polytechnique entre 2010 e 2012, mas a relação entre os dois ainda levaria alguns anos para começar. Segundo o jornal L'Observateur, Faye teria se encantado pela “inteligência, disciplina e caráter brilhante” da sua aluna. Ainda de acordo com a publicação, Absa teria conseguido um trabalho em um banco na França, mas teria mantido contato com o então professor, que a pediria em casamento pouco depois.
A concretização do matrimônio ainda demoraria a ser celebrada por conta da doença do irmão de Absa, um homem surdo-mudo que foi diagnosticado com um câncer em 2021. O casamento entre eles seria celebrado apenas meses depois, no dia 4 de fevereiro do ano seguinte, dois meses antes de Faye ser preso por divulgação de notícias falsas, desacato ao tribunal e difamação contra um órgão constituído após uma postagem sua nas redes sociais criticando o comportamento de alguns magistrados.
“Mensagem potente”
No Senegal, muitos casamentos não são registrados, o que torna difícil estimar a prevalência da poligamia, mas um relatório de 2013 do escritório nacional de estatísticas informou que 32,5% das pessoas casadas fazem parte de uma união poligâmica.
Para o sociólogo Djiby Diakhaté, o presidente eleito "enviou uma mensagem potente para que outros homens assumam que são polígamos". Em resposta aos seus críticos, Faye afirmou que está orgulhoso de sua situação conjugal.
– Tenho filhos lindos porque tenho esposas formidáveis. Elas são muito lindas. Agradeço a Deus porque estão sempre ao meu lado – disse ele durante a campanha.
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