Internacional
Saiba quem são os sete trabalhadores humanitários mortos em ataque israelense na Faixa de Gaza
Vítimas foram reconhecidas como 'o melhor da Humanidade' e 'heróis' pela organização World Central Kitchen (WCK), do chef hispano-americano José Andrés
A organização World Central Kitchen (WCK), do chef hispano-americano José Andrés, descreveu os sete trabalhadores humanitários que foram mortos em um ataque aéreo israelense em Gaza como o "melhor da Humanidade”. Reconhecidos como “heróis” pela WCK, três cidadãos britânicos, um australiano, um polonês, um americano-canadense com dupla cidadania e um palestino foram mortos quando seu comboio foi atingido ao sair do armazém de Deir al-Balah, na região central do enclave, na segunda-feira.
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Saiba quem são as vítimas:
Damian Sobol (polonês, 36 anos)
Damian Sobol, de 36 anos, juntou-se à WCK em 2022 e participou de missões humanitárias na Ucrânia, Marrocos e Turquia. Original da cidade de Przemyśl, Polônia, onde estudou hotelaria, Sobol dedicou-se nos últimos seis meses ao trabalho em Gaza, documentando as atividades da instituição de caridade em suas redes sociais nos dias que antecederam sua trágica morte.
Wojciech Bakun, prefeito de Przemyśl, expressou sua consternação através do Facebook, escrevendo: "Neste momento, não existem palavras capazes de descrever os sentimentos das pessoas que tiveram o privilégio de conhecer esse jovem incrível".
Jacob Flickinger (americano-canadense, 33)
O americano-canadense Jacob Flickinger, de 33 anos, estava dedicado ao trabalho humanitário em Gaza desde o início de março, após um período como voluntário da WCK no México, conforme relatado pela AFP. Também era pai de um menino de um ano de idade, de acordo com a agência.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que as autoridades conversaram com o embaixador israelense, Iddo Moed, para expressar "nossa consternação com as mortes inaceitáveis de um trabalhador humanitário canadense-americano e de outros... o mundo precisa de respostas muito claras sobre como isso aconteceu".
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, exigiu uma investigação completa e disse em uma postagem na rede social X (antigo Twitter) que os ataques contra a equipe humanitária eram "absolutamente inaceitáveis".
James (Jim) Henderson (britânico, 33)
Nascido em Truro, Cornualha, James Henderson, de 33 anos, trabalhava para a empresa de gerenciamento de risco Solace Global, sediada em Poole, Dorset, e fazia parte da equipe de segurança da WCK.
De acordo com sua página no LinkedIn, ele serviu por seis anos nos Royal Marines (os Fuzileiros Navais da Marinha do Reino Unido) antes de trabalhar para empresas de segurança privada. Ele se descrevia como "um indivíduo altamente disciplinado, cortês e proativo, que tem disponibilidade de deslocamento, oferece flexibilidade e está disposto a receber qualquer treinamento adicional necessário para oferecer o melhor serviço possível". Também dizia levar “a saúde e a segurança dos outros muito a sério".
James Kirby (britânico, 47)
Natural de Bristol, no Reino Unido, James Kirby, de 47 anos, era um veterano militar que também trabalhava para a Global Solace na equipe de segurança da WCK. De acordo com seu perfil no LinkedIn, era um ex-atirador de elite e se descrevia como alguém que mantinha "um comportamento calmo sob extrema pressão, inclusive em situações de risco de vida".
Em uma declaração, sua família disse que Kirby um "cavalheiro genuíno": "James compreendia os perigos de se aventurar em Gaza, com base em suas experiências nas Forças Armadas britânicas, onde serviu bravamente na Bósnia e no Afeganistão. Apesar dos riscos, sua natureza compassiva o levou a oferecer assistência àqueles em extrema necessidade".
John Chapman (britânico, 57)
O britânico John Chapman, de 57 anos, nasceu em Aylesbury, Buckinghamshire, e trabalhava para a Global Solace na equipe de segurança da WCK. Segundo a BBC, era um ex-membro das forças especiais do Reino Unido.
Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, sua família o descreveu como um "pai, marido, filho e irmão incrível": “Morreu tentando ajudar as pessoas e foi submetido a um ato desumano. Ele era amado por muitos e será para sempre um herói. Sentiremos muito a sua falta", acrescentaram.
Lalzawmi (Zomi) Frankcom (australiana, 43)
Zomi Frankcom, uma australiana de 43 anos, dedicou os últimos cinco anos de sua vida trabalhando para a WCK, com passagens pelos EUA e Tailândia em suas missões.
Em um comunicado emocionado, seus familiares a descreveram como um "ser humano extraordinário", cuja vida foi ceifada enquanto desempenhava o trabalho que tanto amava: fornecer alimentos ao povo de Gaza.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, expressou suas condolências, afirmando que Frankcom era “era alguém que, sem dúvida, se importava profundamente com seus semelhantes".
Saif Issam Abu Taha (palestino, 25)
Saif Issam Abu Taha, de 25 anos, desempenhava funções como motorista e tradutor na WCK desde o início do ano, conforme relatado por seus familiares. Descrito por seus irmãos como um "jovem dedicado", ele demonstrava grande empenho em auxiliar outros palestinos. Além disso, era reconhecido como um empresário bem-sucedido que nutria o sonho de se casar.
Ele foi enterrado em uma cerimônia que contou com a presença de centenas de pessoas em sua cidade natal, Rafah, na terça-feira.
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