Internacional
ONG denuncia a morte de 25 pessoas em confronto entre a Guarda Nacional e criminosos no México
Segundo o Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas, há sinais de 'execuções extrajudiciais'
Ao menos 25 pessoas morreram no último domingo, dia 31, quando foram apanhadas no meio de confrontos entre a militarizada Guarda Nacional e supostos criminosos no estado mexicano de Chiapas (sul), denunciou nessa segunda-feira, a ONG Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas. Autoridades oficiais não confirmam essa versão.
Citando “depoimentos” do local dos acontecimentos, a ONG afirmou, em comunicado, que os confrontos deixaram vítimas fatais entre os 40 civis que aguardavam por um transporte fluvial para atravessar uma barragem no município de O. Concórdia.
Segundo, ainda, a ONG, a Guarda Nacional perseguia um grupo armado por volta do meio-dia. “Pessoas da população civil foram feridas e assassinadas”, disse a organização, uma das mais reconhecidas em Chiapas, com 35 anos de atividades.
A organização acrescentou que, segundo vídeos que circulam nas redes, diversas pessoas levaram tiros na cabeça, indicando que “poderiam ser execuções extrajudiciais”.
A organização apelou ao governo mexicano para investigar o confronto e as ações da Guarda Nacional.
A Procuradoria-Geral do Estado de Chiapas informou que o assunto será tratado pela Procuradoria-Geral da República, embora não tenha confirmado o número de mortos.
A AFP também consultou a Guarda Nacional, mas não recebeu resposta até a noite de terça-feira.
A violência piorou em Chiapas devido às disputas entre o Cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG) – dominante na área – e o Cartel de Sinaloa, as duas maiores organizações de tráfico de drogas no México.
Segundo o centro de análise Insight Crime, a disputa ocorre pelo controle de cidades próximas à fronteira com a Guatemala, fundamentais para o tráfico de drogas, armas e migrantes que atravessam o México para chegar aos Estados Unidos.
A violência também obrigou os residentes de municípios como Socoltenango a abandonar as suas terras devido à imposição de taxas exorbitantes aos produtores de milho, segundo a Insight Crime.
O estado iniciou campanhas eleitorais no domingo para eleger um novo governador, que irá substituir Rutilio Escandón, do partido governista Morena.
O México, com 126 milhões de habitantes, registou mais de 450 mil assassinatos desde 2006, a maioria atribuídos a organizações criminosas.
O país também foi abalado por uma onda de violência eleitoral que antecedeu as eleições presidenciais de 2 de junho e deixou 24 candidatos assassinados, até agora, segundo a consultoria privada Integralia.
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