A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou neste sábado que irá subir no palanque do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também filiado ao MDB. No entanto, em entrevista à CNN, Tebet ressaltou que não irá fazer campanha ao lado do aliado quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estiver presente.

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— Bolsonaro não estando (eu subo no palanque de Nunes), a gente pode ir em dias diferentes—disse a ministra de Lula (PT), para quem Ricardo Nunes é um "democrata". —Até agora, o Ricardo Nunes não me deu ainda nenhum motivo para não apoiá-lo. Obviamente que nós vamos ver qual é a plataforma de governo dele, se ele vai continuar defendendo a democracia e os valores com os quais eu comungo. O que eu me recuso é subir num palanque de bolsonarista —concluiu ela.

Até então, a presença de Tebet na campanha de Nunes era uma incógnita, dada a aproximação do prefeito com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ex-senadora, que foi candidata do MDB à Presidência da República em 2022, protagonizou embates com Bolsonaro na campanha eleitoral e aderiu à campanha de Lula para derrotar o então presidente e candidato à reeleição.

Segundo aliados da ministra, Tebet demonstra desconforto com a presença de Bolsonaro na campanha de Nunes. Ela foi uma das vozes do MDB contrárias à participação do prefeito na manifestação bolsonarista que reuniu 185 mil pessoas na Avenida Paulista em 25 de março.

A declaração de Tebet neste sábado repercutiu negativamente entre bolsonaristas. Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente e ex-secretário de Comunicação do governo federal, disse que a ministra "não ajuda em nada" a campanha de Nunes.

— Como uma “sem votos” atrapalha uma eleição ganha. Sequer é de SP. Não ajuda em nada. Quer o Boulos? — escreveu Wajngarten no "X" (antigo Twitter).

O PT se uniu em torno do principal opositor de Nunes na briga pela prefeitura, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Sua vice será a ex-prefeita Marta Suplicy, que retornou ao partido este ano para tanto. Espera-se a presença do presidente Lula no palanque do esquerdista.