Três homens foram detidos pelo assassinato de uma menina de 8 anos na cidade turística de Taxco, no sul do México, o que resultou no linchamento da suposta responsável pelo sequestro da criança, informou neste sábado a procuradoria regional.

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Na sexta-feira, um homem foi capturado e neste sábado outro, além de um menor, "pelo crime de feminicídio" da criança, relatou a procuradoria do estado de Guerrero, ao qual Taxco pertence.

O linchamento da mulher ocorreu na quinta-feira, depois que dezenas de moradores bloquearam uma das principais avenidas da cidade, situada a cerca de 170 km da Cidade do México, horas após o corpo da menina ter sido encontrado em uma estrada.

Após o bloqueio, os moradores se dirigiram a uma casa onde a mulher estava com dois homens, exigindo da polícia sua prisão.

Diante da falta de ordem de captura, os moradores retiraram a mulher e outros dois homens da residência, que também foram agredidos a chutes e com paus, e depois hospitalizados.

A procuradoria não esclareceu se entre os detidos estão os homens atacados pela turba enfurecida.

"Minha solidariedade está com a família (da criança), o futuro não é concebível sem justiça", escreveu na sexta-feira X a governadora de Guerrero, Evelyn Salgado.

Antes da agressão em massa, circulou nas redes sociais um vídeo das câmeras de segurança no momento em que a mulher linchada e um homem colocam um saco preto no porta-malas de um carro, onde estaria o corpo da menina.

A polícia não impediu o linchamento. A turba enfurecida os havia borrifado com gasolina.

A menina desapareceu na quarta-feira quando saiu para brincar. Sua mãe recebeu chamadas anônimas pedindo dinheiro para libertá-la, disse um familiar à mídia local.

No México, linchamentos de supostos criminosos são comuns. Especialistas atribuem isso à percepção de impunidade.

No período de 2016 a 2022, foram registrados 1.423 linchamentos, afirma um relatório dos pesquisadores Raúl Rodríguez e Norma Ilse Veloz, da Universidade Autônoma do México (UAM).

Taxco, como outros municípios de Guerrero, enfrenta violência relacionada ao crime organizado.

Em janeiro, a embaixada dos Estados Unidos ordenou que seus funcionários não visitassem essa cidade, conhecida por seus edifícios coloniais e venda de joias de prata.