Internacional
Rússia diz ter provas de que Ucrânia está ligada a atentado que matou 143 pessoas nos arredores de Moscou
De acordo com o Comitê de Investigação, agressores receberam 'importantes somas de dinheiro e criptomoedas provenientes' do país vizinho, 'que usaram para preparar o crime'
Os investigadores russos disseram, nesta quinta-feira, que têm provas de que os autores do atentado em uma casa de shows de Moscou, que deixou mais de 140 mortos, tinham "vínculos com os nacionalistas ucranianos" e receberam "importantes" somas de dinheiro a partir da Ucrânia.
O ataque da noite de sexta-feira passada no Crocus City Hall foi reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico (EI), mas as autoridades russas insistem há vários dias em um suposto envolvimento da Ucrânia. Kiev, em contrapartida, rejeita qualquer relação com a matança.
"O trabalho realizado com os terroristas detidos, a perícia nos dispositivos técnicos que levavam e a análise das transações financeiras permitiram obter provas de seus vínculos com os nacionalistas ucranianos", declarou no Telegram o Comitê de Investigação da Rússia.
De acordo com este órgão, encarregado das principais investigações criminais no país, os quatro agressores receberam "importantes somas de dinheiro e criptomoedas provenientes da Ucrânia, que usaram para preparar o crime".
Os investigadores informaram também a prisão de um novo suspeito, a quem acusam de ter participado do financiamento do ataque. Com essa pessoa, são 12 os detidos pelo ataque, incluindo os quatro supostos atiradores. Oito deles foram acusados criminalmente e colocados em prisão preventiva.
O atentado foi cometido na noite de 22 de março, antes de uma apresentação do grupo de rock russo Piknik, em uma das salas da casa de shows Crocus City Hall, em Krasnogorsk, subúrbio de Moscou. Os agressores abriram fogo no recinto com armas automáticas e depois incendiaram o edifício. O atentado deixou pelo menos 143 mortos e 360 feridos, incluindo crianças, o mais letal dos últimos 20 anos na Rússia.
Segundo o presidente Vladimir Putin, os quatro agressores foram detidos no oblast russo de Bryansk quando tentavam fugir para a Ucrânia. O chefe do FSB, o serviço de segurança da Rússia, Alexander Bortnikov, assegurou que os serviços secretos ucraniano e dos países ocidentais haviam "facilitado" o atentado. A Ucrânia nega categoricamente qualquer envolvimento no massacre, e acusa Moscou de querer "colocar a culpa" em Kiev.
Os Estados Unidos afirmaram que alertaram a Rússia em março sobre a possibilidade de um atentado terrorista contra grandes concentrações de pessoas em Moscou.
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