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Como ser sincerão e não terminar em tretas como no 'BBB'? Especialista dá dicas que podem ajudar

"Depois de entender o que estamos sentindo, a gente vai ter mais facilidade de sentar para conversar com o outro", diz supervisora pedagógica

Agência O Globo - 27/03/2024
Como ser sincerão e não terminar em tretas como no 'BBB'? Especialista dá dicas que podem ajudar
Como ser sincerão e não terminar em tretas como no 'BBB'? Especialista dá dicas que podem ajudar - Foto: Reprodução / internet

Os participantes desta edição do 'BBB' tem protagonizado altas tretas e confusões, sobretudo após a dinâmica do "Sincerão", em que são convidados a falar verdades não muito agradáveis aos colegas de confinamento. As chances de desentendimentos são altas quando reunimos por muito tempo pessoas que não se conhecem, pois cada uma delas tem uma maneira de olhar o mundo e um jeito próprio de ser e estar nele. Este choque de vivências é evidenciado em cada edição do Big Brother Brasil e, desta vez, não tem sido diferente.

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Na última dinâmica do “Sincerão”, o clima esquentou com acusações e provocações, principalmente entre Davi e MC Bin Laden. Sem construir um espaço para conversa, os dois quase partiram para a agressão física, que só foi evitada por causa da interferência dos colegas da casa e uma advertência do “big boss”.

As frequentes cenas de conflito podem chocar os espectadores, mas também provocam a reflexão: como buscar o diálogo nesses cenários? O reality pode, mais do que entreter, nos fazer perceber como a educação socioemocional é primordial para uma melhor convivência em todas as esferas de nossa vida.

“Nesses encontros com o diferente, precisamos aumentar o repertório de soluções. Podemos ponderar de forma tranquila como agiríamos e, ao abrir espaço para uma comunicação não conflituosa, perguntar quais foram os motivos que levaram a pessoa a reagir daquela forma”, sugere Maira Maia, supervisora pedagógica do LIV, programa de educação socioemocional presente em mais de 600 escolas do Brasil.

Afinal, não precisamos estar isolados em um reality para encontrarmos quem pensa de outra forma. Seja no ambiente de trabalho, numa escola ou mesmo dentro da própria casa, somos todos convidados a interagir com pessoas e trajetórias diferentes das nossas, deixando expostas nossas vulnerabilidades, testando nossos limites, nossa paciência e nos provocando a encontrar meios de solucionar conflitos a partir do diálogo e da comunicação não violenta.

As habilidades socioemocionais, como a comunicação, a autorregulação e a empatia, são essenciais para que os eventuais conflitos, em qualquer ambiente, sejam resolvidos da melhor forma, de acordo com a especialista. Para Maira, criar a abertura para o diálogo é o primeiro passo.

“É preciso muita escuta verdadeira, entender quem é a outra pessoa, o que ela traz, o que ela quer dizer, se mostrar aberto. Isso não significa mudar quem você é ou o que pensa, mas aprender sobre o outro. Às vezes o que ele traz acaba reforçando nossas certezas. Mas sempre há algum aprendizado”, diz.

Mas, não é fácil criar um ambiente de harmonia. Isso requer que todas as partes estejam dispostas a, mais do que ouvir, realmente ter uma escuta ativa, o que significa tentar compreender as emoções dos outros e encontrar meios para validá-la.

Falar é mais fácil e, por isso, muitas vezes os conflitos acabam se tornando um “bate-boca” interminável, mas, como ressalta a pedagoga, é possível praticar no dia a dia iniciativas que ajudem a promover relações mais saudáveis e empáticas.

Primeiro, é preciso entender nossos sentimentos. O que sentimos quando estamos nervosos? O que nos acalma? Como posso mostrar para o outro, de forma tranquila, o que me incomodou? O letramento emocional é fundamental para estabelecer uma comunicação não violenta, já que a partir dessa habilidade nós vamos poder nomear e reconhecer nossas sensações.

“Depois de entender o que estamos sentindo, a gente vai ter mais facilidade de sentar para conversar com o outro. E, a partir daí, precisamos escutar sem julgar, sem interromper e perguntar por que ela se sentiu mal com a minha postura e sugerir formas de encontrarmos juntos soluções”, sugere Maira.