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Com Lula, líder francês defende cooperação tecnológica com Brasil para desenvolver 1º submarino nuclear da América Latina

Agência O Globo - 27/03/2024
Com Lula, líder francês defende cooperação tecnológica com Brasil para desenvolver 1º submarino nuclear da América Latina
Com Lula, líder francês defende cooperação tecnológica com Brasil para desenvolver 1º submarino nuclear da América Latina - Foto: Reprodução / internet

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira, a cooperação tecnológica com o Brasil para desenvolvimento do primeiro submarino nuclear da América Latina. Em visita ao Complexo Naval em Itaguaí, no Rio de Janeiro, ele elogiou a parceria entre os países e disse que foi desenvolvida uma relação fraternal entre as Forças Armadas, inclusive em aspectos estratégicos.

— Nós temos a convicção de que podemos criar uma nova página na cooperação estratégica entre nossos países — declarou Macron, acompanhado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. — Meu querido Lula, esse será o local da construção de alguns dos submarinos mais avançados do mundo, e o único [nuclear] do Hemisfério Sul. Hoje posso te dizer, você tinha razão de acreditar [no Prosub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, fruto de uma parceria entre o Brasil e a França firmada em 2008, cujo orçamento é de cerca de R$ 40 bilhões.], e hoje tem razão para sorrir.

Lula e Macron visitaram o Complexo Naval em Itaguaí, nesta quarta-feira, por ocasião do batismo e lançamento ao mar do submarino “Tonelero” (S42), terceiro Submarino Convencional com Propulsão Diesel-Elétrica (S-BR) que integra o Prosuc e cuja operação inicialmente era prevista para 2020.

O novo submarino será equipado com mísseis, torpedos e sensores modernos, segundo a Marinha do Brasil. Após ser colocado na água, ele deverá ainda passar por uma fase de testes para avaliar os sistemas de combate e navegação, bem como a sua estabilidade no mar. A primeira-dama brasileira, Janja Lula da Silva, será a madrinha de batismo do novo submarino da Marinha do Brasil (MB), que contribuirá para a defesa da imensa costa brasileira, a “Amazônia Azul”.

O almirante Olsen, da Marinha, defendeu nesta quarta-feira o uso pacífico da energia nuclear pelo Brasil, no âmbito do desenvolvimento do submarino nuclear Álvaro Alberto, que também faz parte do Prosub. Ele reiterou o compromisso brasileiro com as normas internacionais e com as inspeções de organismos multilaterais, como a Agência Internacional De energia atômica (AIEA).

O lançamento do submarino nuclear brasileiro já foi adiado diversas vezes nos últimos anos e atualmente está previsto para 2030. Fontes da Marinha que falaram em off com O GLOBO antes do evento desta quarta-feira ressaltaram a dificuldade de se alcançar acordos de transferência tecnológica nesta área com outros países, o que tem levado ao adiamento da construção da embarcação. Há discussões internas entre os governos do Brasil e França sobre a cooperação no desenvolvimento da tecnologia a ser usada no submarino de propulsão nuclear brasileiro, mas nenhum anúncio oficial foi feito até o momento.

Para o presidente da ICN, Itaguaí Construções Navais, Renaud Poyet, a finalização do Álvaro Alberto “insere o Brasil em um novo patamar mundial”.