Internacional
Conselho de Segurança da ONU adia votação sobre novo texto de cessar-fogo em Gaza
O adiamento da votação, originalmente previsto para sábado, pretendia permitir novas discussões sobre o projeto
Após o veto no Conselho de Segurança da ONU a uma resolução americana sobre a necessidade de um “cessar-fogo imediato e sustentado” na guerra Israel-Hamas, uma nova votação sobre um texto alternativo foi adiada para segunda-feira, disseram fontes diplomáticas.
O adiamento da votação, originalmente previsto para sábado, pretendia permitir novas discussões sobre o projeto, disseram as fontes.
Entenda por que Rússia e China vetaram resolução
A Rússia e a China vetaram nesta sexta-feira o projeto de resolução sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas apresentado pelos EUA ao Conselho de Segurança da ONU na véspera. A proposta levada a votação no órgão com sede em Nova York, recebeu 11 votos a favor, três contra e uma abstenção — sendo bloqueada, apesar da maioria favorável, em razão do poder de veto de Moscou e Pequim, que são membros permanentes juntamente com Washington, Paris e Londres.
A resolução americana se dirigia à necessidade de um "cessar-fogo imediato e sustentado" com o objetivo de proteger civis, permitir assistência humanitária e aliviar o sofrimento humano em Gaza, estabelecendo como ação o apoio a "esforços diplomáticos para garantir tal cessar-fogo em conexão com a libertação de todos os reféns restantes". Washington afirma que a redação foi fechada após consultas a outras delegações no âmbito do conselho.
O texto final, contudo, foi alvo de críticas severas de Rússia e China, que se referiram à proposta como "ambígua", "inaceitável" e "hipócrita". Tanto o representante de Pequim quanto o de Moscou lembraram que os EUA vetaram resoluções recentes que propunham o cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns, condenando a demora de Washington para acompanhar o entendimento da maioria sobre a urgência do fim do conflito e a linguagem escolhida para o documento, que não determinaria os meios para uma trégua de forma clara.
Nebenzia, assim como o embaixador chinês, Zhang Jun, argumentaram que o texto não apela, de forma direta, pelo fim das hostilidades em Gaza e que foi escrito de uma forma que permitiria interpretações perigosas ao estabelecer contrapartidas para que haja uma trégua definitiva, o que poderia ser lido como um incentivo a ações militares israelenses contra o enclave palestino, incluindo Rafah, cidade no extremo sul do enclave onde estão abrigados 1,4 milhão de palestinos, a maioria deslocados das regiões norte e central pelo conflito.
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