Internacional
Índia: Prisão de opositor do premiê Modi desencadeia protestos, a menos de um mês de eleições
Apoiadores de um dos mais importantes políticos da Índia e líder de uma cruzada anticorrupção saíram às ruas, nesta sexta-feira, 22, para protestar contra a sua prisão, à medida que partidos da oposição afirmam que a operação faz parte de uma repressão do governo do primeiro-ministro Narendra Modi antes das eleições nacionais.
O recém-eleito ministro-chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, foi preso na noite de quinta-feira pela Direção Federal de Execução, que é controlada pelo governo de Modi. A agência acusou seu partido e ministros de aceitarem 1 bilhão de rupias (US$ 12 milhões) em subornos a fornecedores de bebidas alcoólicas há quase dois anos.
O Partido Aam Aadmi (AAP, na sigla em inglês), ou Partido do Povo Comum, que é a legenda pela qual Kejriwal foi eleito, negou as acusações e disse que foram fabricadas. O partido disse que Kejriwal continuará a ser o prefeito de Nova Délhi, enquanto responderá contra as acusações na Justiça.
Ampliando os problemas do partido, a agência também prendeu o deputado Manish Sisodia e o congressista Sanjay Singh, em 2023, em operações relacionadas ao mesmo caso.
A menos de um mês do início das eleições legislativas, que começam em 19 de abril, os partidos da oposição acusam o governo de abuso de poder para perseguir e enfraquecer os seus oponentes políticos com o intuito de obter uma vantagem injusta nas pesquisas. Os partidos citam uma série de detenções e investigações de corrupção contra figuras-chave da oposição. Entretanto, algumas investigações contra antigos líderes da oposição foram arquivadas após eles terem se mudado para o Bharatiya Janata, o partido governista de Modi.
"Parece assédio porque apenas líderes da oposição estão indiciados", disse a comentarista política Neerja Chowdhury, acrescentando que não houve nenhuma investigação contra ninguém no BJP. "Não é uma situação equitativa."
O BJP nega o uso de agências para atingir a oposição, citando que os órgãos agem de maneira independente.
Na sexta-feira, centenas de militantes do AAP e alguns líderes importantes do partido entraram em confronto com a polícia e foram presos.
"Isso é ditadura. Tudo isso é feito para vencer as eleições nacionais", disse o líder da AAP, Saurabh Bharadwaj, referindo-se ao BJP.
O AAP faz parte de uma ampla aliança de partidos da oposição chamada Índia, o principal adversário do BJP de Modi nas eleições que serão realizadas de abril a junho.
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