Internacional
Israel diz que ter matado chefe de segurança interna do Hamas após invadir maior hospital de Gaza, onde também prendeu 80 pessoas
O Exército de Israel assumiu o controle do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, após uma incursão realizada no complexo médico na madrugada desta segunda-feira. Segundo as Forças Armadas, o chefe de segurança interna do grupo terrorista Hamas, Faiq Mabhouch, foi morto na operação. Ele era responsável pela coordenação das atividades terroristas do Hamas em Gaza, e grandes quantidades de armas foram encontradas com ele, anunciou a mesma fonte.
Mais cedo, as Forças Armadas de Israel tinham afirmado que a operação na unidade de saúde ocorre porque há “informações de inteligência que indicam o uso do hospital por terroristas do Hamas para realizar e promover suas atividades”. Uma quantidade não especificada de membros do grupo também foram mortas ou feridas na ação, disse o Exército, e ao menos 80 pessoas foram detidas. Autoridades israelenses pediram que os civis ao redor do local deixassem imediatamente a área.
Moradores foram instados a seguir para o sul até a área de al-Muwasi, a 30 quilômetros de distância. Em comunicado, porém, as forças de Israel disseram que pacientes e a equipe médica não serão obrigados a evacuar, e que intérpretes da língua árabe foram levados ao hospital para “facilitar o diálogo com os pacientes que permaneceram” em al-Shifa. O Exército também disse que suas tropas foram “instruídas sobre a importância de operar com cautela, bem como sobre as medidas a serem tomadas para evitar danos aos civis, equipe médica e equipamentos médicos”.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que a incursão causou um incêndio na entrada do complexo, e que houve casos de mulheres e crianças sufocadas. A pasta afirmou que a comunicação com pessoas presas dentro das unidades de cirurgia e emergência de um dos prédios foi interrompida, e indicou que “é impossível resgatar alguém devido à intensidade do fogo”. O Hamas disse que o local foi “bombardeado” e que havia “dezenas de milhares” de deslocados abrigados no hospital.
Em novembro, uma incursão em al-Shifa – a maior unidade de saúde da Faixa de Gaza – por forças israelenses atraiu condenação generalizada. Desde o início do conflito, o hospital é tema de debates por conta das acusações de Israel de que o local também seria uma “base militar” do Hamas, que se aproveitava da proteção garantida a instalações médicas pelas leis internacionais que regem conflitos armados. À época, porém, os bombardeios e a gravidade da situação humanitária no enclave fizeram com que governos de todo o mundo criticassem a operação.
Na ocasião, segundo Ahmed Mokhallati, um médico do hospital que conversou com a al-Jazeera, havia 650 pacientes no complexo, sendo 100 em estado grave. Além disso, 700 profissionais trabalhavam no local, e mais de dois mil civis estavam abrigados ali. O Exército disse que “a ação não teve como objetivo prejudicar os pacientes”, e que “a direção do hospital foi informada com antecedência” sobre a operação. O Ministério da Saúde, porém, disse ter sido avisado “minutos antes”.
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