Internacional
PEM nuclear: Plano russo para reator no espaço reascende debate sobre possível arma para destruir satélites em órbita
EUA acusam Moscou de estar desenvolvendo equipamento capaz de ameaçar telecomunicações e segurança internacional
A pretensão da Rússia de construir um reator nuclear no espaço, anunciada pelo presidente Vladimir Putin como uma "prioridade" em uma reunião no Kremlin na quinta-feira, reacendeu a discussão sobre uma possível nova arma russa, fora dos limites terrestres. Há cerca de um mês, autoridades americanas alertam para o risco de Moscou desenvolver capacidades nucleares no espaço, ameaçando satélites e a segurança global.
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De acordo com fontes americanas, o objetivo russo seria desenvolver uma arma conhecida como PEM nuclear, ou seja, um equipamento capaz de gerar, a partir de energia nuclear, um pulso eletromagnético com partículas capazes de atravessar o espaço e destruir satélites que orbitam a Terra. Oficialmente, a Rússia não fala no desenvolvimento de nenhum armamento, mas os Washington afirma que o plano é de conhecimento dos setores de inteligência, que as pretensões são conhecidas a anos e que ganharam impulso nas últimas semanas.
Uma vez que a arma ainda estaria em fase de desenvolvimento e não foi testada, segundo os EUA, a capacidade real de impacto também é desconhecida. Os alvos mais prováveis seriam satélites que estão na órbita baixa do planeta, como os voltados para comunicações civis. O risco para satélites em órbitas mais altas, como os que operam sistemas de GPS e os sistemas nucleares americanos, seriam alvos mais difíceis, mas não impenetráveis, segundo fontes do Pentágono ouvidas pela CNN.
Na quinta-feira, Putin não falou sobre armas. Na reunião com a cúpula do governo, ele afirmou que injetaria recursos para financiar o projeto de um reator nuclear espacial. Uma semana antes, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borisov, confirmou que Rússia e China estão trabalham em conjunto para construir um reator nuclear na Lua, prevendo a instalação para "algum momento entre 2033 e 2035".
Apesar disso, alguns movimentos de Moscou inflamam a preocupação americana. Em novembro, Putin assinou uma lei revogando a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares. Às vésperas da eleição presidencial, ele afirmou que as armas nucleares do país são mais modernas e avançadas que as dos EUA, e destacou que seu arsenal sempre está "preparado".
— Nossa tríade, a tríade nuclear, é mais moderna que qualquer outra tríade. Apenas nós e os americanos temos estas tríades. E nós avançamos muito mais aqui — afirmou Putin, em referência às três formas de lançar armas nucleares: por terra, mar e ar.
Relembre: Putin assina retirada da Rússia do tratado que proíbe testes nucleares
O líder russo também elevou o tom após forças ocidentais sinalizarem que poderiam assumir um papel mais direto na guerra da Ucrânia, confrontando os interesses russos. Ele disse que os aliados da Otan "devem entender que tudo isso ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e, portanto, a destruição da civilização".
— Também temos armas que podem atingir alvos no território deles — disse Putin. — Eles não entendem isso?
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