Internacional
Argentina eleva tom da crise com Venezuela
O governo argentino elevou o tom contra a Venezuela nesta quarta-feira, 13, criticando o fechamento do espaço aéreo venezuelano a aviões argentinos e a qualquer aeronave que tenha saído ou que se destine à Argentina. "A medida tem um custo econômico muito alto para as companhias aéreas, que usam o espaço aéreo da Venezuela, porque é mais eficiente", afirmou Manuel Adorni, porta-voz do presidente Javier Milei.
Adorni não entrou em detalhes sobre a retaliação diplomática da Argentina, mas respondeu diretamente ao chanceler venezuelano, Yván Gil, que na terça-feira se referiu a ele como "cara de pau" e disse que o governo de Milei era "neonazista" e submisso aos EUA.
"O que mais se pode esperar de um burro além de um coice?", disse Adorni. "De um governo de ditadores, a única coisa que você pode esperar são questões que nem sequer merecem resposta. Ficamos tristes pelo fato de o povo venezuelano ser governado há tanto tempo por esses idiotas."
Confisco
A origem da crise está em 2022, ainda sob o governo do esquerdista Alberto Fernández, aliado do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Na época, os EUA pediram o confisco de um Boeing 747 da Emtrasur - subsidiária da estatal venezuelana Conviasa para o transporte de cargas.
O governo americano alegou uma conexão da aeronave com a Guarda Revolucionária do Irã, alvo de sanções dos EUA. Antes de ser vendido à Venezuela, o avião pertencia à companhia aérea iraniana Mahan Air, que também está sob sanções.
O Boeing foi retido por ordem judicial quando chegou do México com um carregamento de peças automotivas. A tripulação - composta por 14 venezuelanos e 5 iranianos - foi detida e posteriormente liberada. Após passar meses no aeroporto de Ezeiza, o 747 foi enviado em fevereiro aos EUA, sob suspeita de uso para operações secretas.
A Venezuela acusou a Argentina de "roubo". Na terça-feira, 12, Caracas afirmou que "nenhuma aeronave proveniente ou com destino à Argentina poderá sobrevoar" o território venezuelano até que a companhia aérea estatal "seja indenizada". Aparentemente, a decisão afeta todos os voos que ligam Buenos Aires a Punta Cana, na República Dominicana, e a cidades americanas, como Miami e Nova York.
Farpas
"Eles roubaram nosso avião da Emtrasur. O bandido do Milei roubou um avião da Venezuela. Milei, o herói da ultradireita de mentira, roubou um grande avião de vocês, trabalhadores da Conviasa. Ou Milei finge ser louco, é louco ou os dois ao mesmo tempo", disse Maduro, que classificou o presidente argentino de "um erro na história da América Latina".
A Casa Rosada respondeu. "Não esperava tantos elogios", ironizou Milei. "O socialista empobrecedor Maduro dizendo que sou um erro histórico na América Latina confirma que estamos no caminho certo." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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