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Corredor encontra cadela perdida em penhasco de quase 305 metros altura em Oahu, no Havaí

O animal se perdeu do dono após correr atrás de um porco selvagem, espécie comum na região

Agência O Globo - 09/03/2024
Corredor encontra cadela perdida em penhasco de quase 305 metros altura em Oahu, no Havaí
Corredor encontra cadela perdida em penhasco de quase 305 metros altura em Oahu, no Havaí - Foto: Reprodução / internet

O corredor Sergio Florian, de 44 anos, realizava uma corrida noturna em uma montanha no lado leste de Oahu, no Havaí, quando foi surpreendido por um cão sozinho na beira de um penhasco de quase 305 metros de altura.

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— Fiquei chocado, porque nunca tinha visto um cão em local tão alto — disse Florian ao jornal Washington Post.

Segundo Florian, a cadela parecia desidratada, e seu corpo apresentava diferentes lesões. Rapidamente ele percebeu que o animal estava sem forças para descer sozinho e sem ajuda a trilha íngreme de Pu’u Manamana. Além disso, a cadela estava presa num trecho complicado, entre dois penhascos, e já escurecia.

Assim, resolveu se aproximando lentamente da cadela. Florian conseguiu pegá-la com cuidado e calculou que o animal pesava algo em torno de 20 quilos. Então, os dois começaram a descer a trilha enquanto lutavam contra ventos fortes.

— Ela tremia e muito assustada… Ela estava muito fraca, como se tivesse ficado lá em cima por muito tempo — lembrou Florian.

Ele não imaginava que o nome da cadela era Stevie e que estava desaparecida havia três dias, desde que saiu correndo atrás de um porco selvagem, espécie que vem crescendo na região nos últimos anos.

Florian também não sabia que uma outra pessoa já havia se deparado com a cadela em uma parte da trilha, mas não conseguiu segurá-la. Assim, colocou uma postagem na página Oahu Hiking Community, no Facebook.

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— As pessoas já sabiam dela e tentavam encontrar o dono, mas eu não fazia ideia disso… Só sabia que precisava ajudá-la, e deixá-la para trás não era uma opção — explicou o corredor.

Com Stevie nos braços, Florian levou cerca de uma hora para descer a montanha — mais tempo que o normal.

— A parte inferior da trilha é popular. Muitas pessoas vão lá tirar fotos, porque a vista é incrível, mas poucas pessoas sobem até o topo porque é muito perigoso. Se você cair, já era — contou Florian.

Para sorte de Stevie, Florian, além de participar de maratonas de trilhas íngremes, também é fisioterapeuta e ajuda na recuperação de pessoas que estão reaprendendo a andar. Por isso, está acostumado a diariamente dar suporte e carregar pesos nos braços, além de ter uma sensibilidade e cuidado apurados.

— Meus braços são fortes, porque eu levanto pessoas o dia todo. Não há muitas pessoas que conseguiriam ter carregado ela, mas eu sabia que seria capaz — completou.

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Florian precisou cruzar trechos tendo de equilibrar a cadela em apenas um braço, teve de recorrer à força de outras partes do corpo e manter atenção para não realizar movimentos bruscos, pois tinha medo de assustar o animal.

Eles chegaram ao final da trilha por volta de 18 horas e foram para casa dele. Sua esposa, Dayane Florian, já tinha visto publicações sobre Stevie e ajudou na localização do dono. E enquanto aguardavam sua chegada, deram água e comida para a cachorra. O casal contou ao The Washington Post que o dono agradeceu muito pelo resgate e, de certa forma, um laço foi criado.

— Sinto que criei um pequeno laço com Stevie naquela trilha e adoraria vê-la novamente — afirmou Florian.