O Conjunto Habitacional Brivaldo Medeiros, localizado em Palmeira dos Índios, vive um verdadeiro paradoxo. Enquanto a prefeitura celebrou a inauguração de um ginásio no local, batizado em homenagem ao ícone do futebol, Zagallo, por iniciativa do prefeito Júlio Cezar, conhecido como "imperador", os moradores do conjunto enfrentam uma realidade bem diferente: estão há oito dias sem abastecimento de água.

A situação do conjunto habitacional inacabado é crítica, especialmente na parte sanitária. Com esgotos a céu aberto e sem nenhuma infraestrutura básica, os residentes do Brivaldo Medeiros sentem-se abandonados pelas autoridades locais. Essa falta de assistência ganha contornos ainda mais graves com a crise hídrica que os afeta diretamente.

Agravando o cenário de desigualdade e negligência, um vereador local, atendendo a pedidos de um eleitor residente no conjunto, disponibilizou um carro pipa para abastecer exclusivamente os moradores que são seus eleitores. Tal atitude causou revolta na comunidade, que se mobilizou contra o abastecimento seletivo. Vídeos circulando nas redes sociais mostram os moradores unidos, tentando impedir que a distribuição de água se limite a um grupo privilegiado, reivindicando um direito básico que deveria ser assegurado a todos igualmente.

A situação no Conjunto Brivaldo Medeiros joga luz sobre um problema maior: a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas e eficazes que garantam a todos os cidadãos acesso a serviços básicos, como água potável e saneamento adequado. A disparidade entre o investimento em infraestrutura de lazer e a falta de atenção a necessidades vitais evidencia uma preocupante priorização de projetos que, embora positivos, não atendem às demandas mais prementes da população.

Os moradores do conjunto, agora, clamam por ações concretas das autoridades municipais para resolver não apenas a crise hídrica, mas também os problemas estruturais de longa data que afligem a comunidade. O caso do Conjunto Brivaldo Medeiros é um lembrete de que o desenvolvimento urbano e a gestão municipal devem caminhar juntos, assegurando a todos os habitantes um padrão básico de vida digno e justo.