Internacional

Recado para a China: Cúpula Sudeste Asiático-Austrália denunciará ‘uso da força’ na região

Postura agressiva de Pequim no Mar da China Meridional deverá ser parte central dos debates na cimeira

Agência O Globo - 04/03/2024
Recado para a China: Cúpula Sudeste Asiático-Austrália denunciará ‘uso da força’ na região
China - Foto: Reprodução

Os líderes dos países do Sudeste Asiático e da Austrália, reunidos nesta segunda-feira em Melbourne, devem denunciar a “ameaça ou uso da força” para resolver disputas na região, numa crítica coletiva à China.

“Aspiramos a uma região onde a soberania e a integridade territorial sejam respeitadas”, segundo um projeto de declaração final da cimeira, a que a AFP teve acesso.

O senhor das armas: EUA anunciam acordo histórico para submarinos de propulsão nuclear com Reino Unido e Austrália

Armamentos para a Ásia: EUA aumentarão papel militar nas Filipinas com argumento de combater ameaça da China

“Aspiramos a uma região onde as diferenças sejam geridas através de um diálogo respeitoso, e não da ameaça ou do uso da força”, acrescenta a declaração da cimeira que durará três dias e começou nesta segunda.

A postura considerada agressiva de Pequim no Mar da China Meridional deverá ser uma parte central das discussões entre a Austrália e os dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

As disputas territoriais neste corredor marítimo comercialmente importante aumentaram nos últimos meses, com atitudes ameaçadoras da China em áreas reivindicadas por países da ASEAN, como o Vietnã e as Filipinas.

Alinhada aos EUA contra a China, Austrália apresenta sua maior reforma militar em décadas

China e EUA fazem manobras em área marítima em disputa na Ásia, e Pequim chama presença americana de 'provocação'

“Todos temos a responsabilidade de moldar a região que queremos partilhar: pacífica, estável e próspera”, disse a ministra australiana dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong.

“Enfrentamos ações desestabilizadoras, provocativas e coercitivas, incluindo comportamentos inseguros no mar e no ar e a militarização das disputas”, acrescentou.

As conversações deverão também abordar questões de cooperação econômica, com países como a Austrália e as Filipinas procurando proteger suas economias de uma possível retaliação chinesa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Enrique Manalo, disse que a resiliência econômica é um elemento crucial para preservar a segurança e economia.