Internacional
Biden anuncia que EUA vão enviar ajuda humanitária para Gaza por meio de lançamentos aéreos
Declaração acontece um dia depois da tragédia que matou ao menos 112 palestinos e deixou 760 feridos durante a chegada de comboios de ajuda humanitária em Gaza, que eram escoltados por soldados israelenses
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira que o país participará "nos próximos dias" do lançamento aéreo de ajuda humanitária sobre Gaza, cujos habitantes sofrem com uma grave escassez de alimentos, água e medicamentos.
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— Precisamos fazer mais, e os Estados Unidos farão mais — disse Biden a jornalistas na Casa Branca no início de uma reunião com a chefe de governo italiana, Giorgia Meloni, no Salão Oval. — Nos próximos dias, nos juntaremos aos nossos amigos na Jordânia e em outros lugares para lançamentos aéreos de alimentos e outros bens.
Os EUA também considerarão a "possibilidade de um corredor marítimo" para entregar grandes quantidades de ajuda ao território palestino, acrescentou o presidente americano. Biden também afirmou que "insistirá" para que Israel permita a entrada de mais caminhões de ajuda em Gaza, devastada pelo conflito e onde a ONU alertou para um risco de "fome quase inevitável" no norte.
A declaração acontece um dia depois da tragédia que matou ao menos 112 palestinos e deixou 760 feridos durante a chegada caótica de 38 caminhões de ajuda humanitária na Cidade de Gaza. De acordo com autoridades palestinas, soldados israelenses teriam disparado indiscriminadamente — usando armas de fogo, tanques e drones — contra a população, que havia se reunido para buscar os mantimentos.
Novo vídeo de Israel mostra civis correndo atrás de caminhões de ajuda em Gaza, seguidos por um tanque
Em nota, as Forças Armadas de Israel afirmaram que as mortes decorreram de uma confusão durante a entrega da ajuda, com os soldados somente tendo disparado para o ar e contra as pernas de um grupo de residentes que se afastou do comboio humanitário e se aproximou de uma unidade militar israelense. Em uma entrevista coletiva mais tarde, o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, afirmou, porém, que só foram feitos disparos de alerta para dispersar a multidão, e disse que drones que sobrevoavam a área não realizaram ataques aéreos.
Líderes mundiais intensificaram nesta sexta-feira suas críticas a Israel e os pedidos por uma investigação independente e por um cessar-fogo após a tragédia. As críticas internacionais sobre o caso cresceram, com Estados Unidos, União Europeia, França e ONU pedindo uma investigação independente e a Alemanha reivindicando que o Exército de Israel "explique totalmente" as mortes no norte de Gaza.
Nesta sexta, o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua “mais forte condenação” às mortes de dezenas de palestinos. “Profunda indignação com as imagens vindas de Gaza, onde civis foram alvo de soldados israelenses”, disse no X, antigo Twitter. “Expresso minha mais forte condenação a esses disparos e apelo à verdade, à justiça e ao respeito pelo direito internacional”.
Após quase cinco meses de guerra entre Israel e Hamas, as Nações Unidas estimam que 2,2 milhões de pessoas, a grande maioria da população, estejam ameaçadas pela fome em Gaza, especialmente no norte, onde destruição, combates e saques tornam quase impossível o transporte de ajuda humanitária. Também nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza anunciou que mais de 30 mil pessoas morreram como consequência das operações israelenses no enclave desde o início da guerra, em 7 de outubro, desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel, que deixou quase 1.200 mortos e cerca de 240 reféns.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), quase 2,3 mil caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza em fevereiro, com uma média de 82 veículos por dia. O número é 50% menor que em janeiro. Antes do conflito atual, quando as necessidades da população eram menos urgentes, cerca de 500 caminhões entravam no enclave todos os dias.
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