Internacional
Disparos israelenses deixam dezenas de mortos em Gaza, dizem autoridades palestinas; Israel está investigando o caso
Ministério da Saúde de Gaza, das Relações Exteriores da ANP e diretor de hospital afirmam que palestinos corriam em direção aos comboios de ajuda humanitária que entravam na Cidade de Gaza, norte do enclave
Autoridades palestinas denunciaram a morte de dezenas de pessoas por disparos feitos por soldados israelenses enquanto corriam em direção aos caminhões de ajuda humanitária, na Cidade de Gaza, nesta quinta-feira. As Forças Armadas de Israel afirmam que estão investigando o caso. Neste mesmo dia, o enclave palestino contabilizou mais de 30 mil mortes desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, iniciada em 7 de outubro.
Segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino, controlado pelo Hamas desde 2007, o balanço é de pelo menos 70 mortos e 280 feridos. Já o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP) afirmou que há dezenas de mortos e centenas de feridos, "cujo número final ainda não é conhecido em resultado de bombardeios israelenses e disparos deliberados". Em nota publicada nas redes sociais, a pasta da ANP condenou a ação, descrevendo-a como "massacre hediondo".
O diretor da emergência do maior hospital do enclave palestino, o al-Shifa, disse que ao menos 50 pessoas que corriam na direção de caminhões de ajuda humanitária foram atingidas pelos disparos israelenses.
— Há pelo menos 50 mártires e mais de 120 feridos, incluindo mulheres e crianças, pelos disparos das forças de ocupação contra milhares de cidadãos que corriam na direção dos caminhões — disse Amjad Aliwa.
Testemunhas relataram à AFP que viram milhares de pessoas correndo na direção dos caminhões de ajuda humanitária que se aproximavam da rotatória de Nablus, ao oeste da Cidade de Gaza, principal cidade do norte do território. O Exército israelense afirmou que estava "verificando" os relatos.
A ONU calcula que 2,2 milhões de pessoas, a grande maioria da população de Gaza, estão ameaçadas pela fome, em particular no norte, onde a destruição, os combates e os saques praticamente impossibilitam a entrega de ajuda humanitária.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), quase 2.300 caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza em fevereiro, com a média de 82 veículos por dia, 50% a menos que em janeiro. Antes do início da guerra, em 7 de outubro, quando as necessidades da população eram menos urgentes, a média diária era de 500 caminhões de ajuda na Faixa de Gaza, segundo a ONU.
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