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Pela primeira vez desde início da guerra, Israel ataca posições do Hezbollah no Leste do Líbano

Foguetes atingiram áreas no Vale do Bekaa, a mais de 100km da fronteira entre os doís países; grupo lançou 60 mísseis contra base israelense em resposta

Agência O Globo - 26/02/2024
Pela primeira vez desde início da guerra, Israel ataca posições do Hezbollah no Leste do Líbano
Pela primeira vez desde início da guerra, Israel ataca posições do Hezbollah no Leste do Líbano - Foto: Reprodução / internet

O Exército israelense atacou posições do Hezbollah no Leste do Líbano, pela primeira vez desde o início da guerra travada na Faixa de Gaza com o grupo terrorista Hamas. Até agora, apenas áreas próximas à fronteira tinham sido diretamente atacadas, com exceções pontuais, como o assassinato de um líder do Hamas em Beirute, e a expansão das ações de Israel eleva os riscos de uma expansão do conflito para além do território palestino.

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De acordo com os militares israelenses, caças entraram em espaço aéreo libanês e atacaram áreas do Vale do Bekaa, a mais de 100km da fronteira, em resposta à derrubada de um drone de Israel no Sul do Líbano, onde acontece a maior parte dos confrontos entre os dois lados. Representantes das comunidades locais disseram que os ataques atingiram um depósito do Hezbollah, deixando duas pessoas mortas — imagens em redes sociais mostram escombros e uma coluna de fumaça no local.

Em resposta, o Hezbollah lançou "60 mísseis" do tipo Katyusha contra uma base nas Colinas de Golã, anexadas por Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, em uma ação considerada ilegal por boa parte da comunidade internacional. O Exército israelense confirmou o ataque, mas não comentou se ele deixou vítimas ou estragos.

O ataque ao Vale do Bekaa foi a mais importante incursão militar de Israel desde janeiro, quando um drone matou Saleh al-Arouri, vice-chefe da ala política do Hamas, em um bairro de Beirute. A região fica próxima à fronteira com a Síria, e é considerada um bastião do Hezbollah, e uma eventual expansão dos ataques israelenses dentro do território libanês volta a destacar a possibilidade da abertura de uma nova frente de combates na guerra hoje concentrada em Gaza.

No domingo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que seu país está planejando "aumentar o poder de fogo contra o Hezbollah", afirmando que um eventual acordo de cessar-fogo em Gaza, hoje negociado em várias frentes diplomáticas, não significaria a suspensão das operações na fronteira com o Líbano.

Desde o início da guerra, o grupo libanês, aliado e financiado pelo Irã, tem realizado ataques de baixa intensidade contra Israel, que responde através de ações contra vilas e locais apontados como bases operacionais da milícia. Segundo Gallant, a ofensiva contra o grupo só será suspensa "com a saída total do Hezbolah" da região.

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Lidando com uma série de crises econômicas, sociais e sanitárias, em parte ainda "herdadas" da guerra contra Israel em 2006, lideranças políticas no Líbano tem criticado as ações israelenses dentro de seu território, mas também reservado críticas ao Hezbollah. Em janeiro, o líder do Forças Libanesas, o cristão Samir Geagea, disse que o grupo estava transformando seu país "em um campo de batalha", e atacou o que considera ser "poder excessivo" dado ao Hezbollah pelo governo interino

— Ao invés de cumprir seu dever de servir ao Líbano e seu povo, ele (governo interino) delegou a tomada de decisões a uma facção (Hezbollah), permitindo transformar o país em um campo de batalha, uma mera commodity em uma cena regional volátil — disse Geagea, citado pela rede libanesa LBCI.