Internacional

'Criar as bases para uma reforma no sistema é importante', afirma chanceler de Portugal no G20

Antes do início da reunião, João Gomes Cravinho também fez críticas ao governo da Rússia, relacionadas à morte do oposicionista Alexei Navalny

Agência O Globo - 21/02/2024
'Criar as bases para uma reforma no sistema é importante', afirma chanceler de Portugal no G20
'Criar as bases para uma reforma no sistema é importante', afirma chanceler de Portugal no G20 - Foto: Reprodução

Antes do início da primeira reunião de chanceleres do G20, no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores de Portugal, João Gomes Cravinho, defendeu a agenda promovida pelo Brasil durante seu período na presidência rotativa do grupo, em especial as mudanças nos sistemas de governança global. Ele também fez críticas ao governo da Rússia, relacionadas à morte do líder da oposição Alexei Navalny, em uma prisão na Sibéria, na sexta-feira passada.

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Em conversa com jornalistas, Cravinho reiterou a importância da reforma das instituições internacionais, em especial as Nações Unidas: para ele "criar as bases para uma dinâmica de reformas do sistema" é algo de grande importância. As mudanças no modelo de governança internacional estão na lista de três prioridades apresentadas pelo Brasil durante seu período na presidência rotativa do grupo, ao lado do combate à pobreza e a discussão sobre o impacto das mudanças climáticas sobre nosso modo de vida.

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Embora o chanceler português reconheça que seja um trabalho de longo prazo, ele destaca o que vê como importância do papel do Brasil ao colocar esses temas sobre a mesa. Antes da reunião, ele se encontrou com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira.

— Essas matérias são parte de um trabalho em curso, um trabalho que não terminará durante a presidência brasileira, mas a presidência brasileira poderá dar um impulso muito significativo nessas matérias — disse Cravinho.

Apesar de não fazer parte do G20, Portugal participa como um dos países convidados para a reunião deste ano no Rio de Janeiro. Nas declarações, o chanceler português falou ainda sobre a repercussão da morte do líder oposicionista russo Alexei Navalny, na sexta-feira passada. Na terça-feira, o governo português convocou o embaixador russo no país, Mikhail Kamynin para prestar explicações, mas até agora nao houve resposta.

— Estamos à procura de mais informação também junto a outros aliados, para que possamos obter informações sobre exatamente o que se passou e e nomeadamente as pessoas diretamente envolvidas na morte [de Navalny] — disse o chanceler. Portugal tem apoiado as iniciativas da União Europeia para apoiar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa, e mantém uma relação espinhosa com Moscou desde o início do conflito.

Nesta quarta-feira, a União Europeia aprovou o 13º pacote de sanções contra a Rússia, ligadas à guerra na Ucrânia, atingindo cerca de 200 entidades e pessoas, em boa parte acusadas de ajudar Moscou a evitar as medidas adotadas pelo bloco. As medidas serão oficializadas no dia 24 de fevereiro, quando a guerra completa dois anos. Em uma medida paralela, o Reino Unido anunciou sanções contra seis cidadãos russos responsáveis pela prisão onde morreu Navalny, na região do Ártico.