Internacional

Duas semanas depois, Justiça Eleitoral de El Salvador confirma reeleição de Bukele com 84% dos votos

Contagem dos votos para o Congresso ainda não terminou, e OEA emite nota expressando preocupação com a demora do processo

Agência O Globo - 19/02/2024

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de El Salvador confirmou a reeleição do presidente Nayib Bukele, que obteve 84,65% dos votos na eleição realizada no dia 4 de fevereiro. Bukele havia declarado vitória no dia da votação, mas a contagem levou duas semanas ate ser concluída.

“Se declaram eleitos o presidente e o vice-presidente da República de El Salvador os senhores Nayib Armando Bukele Ortez e Félix Ulloa, respectivamente", disse o TSE em uma ata publicada no X, o antigo Twitter. Bukele teve 84,65% dos votos, segundo o TSE.

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No dia 9 de fevereiro, ao finalizar a contagem inicial dos votos, o TSE anunciou que Bukele havia ganhado com 82,66% dos votos válidos, número modificado com a conclusão da análise dos votos. O novo mandato de cinco anos começa no dia 1º de junho, e só foi possível graças a uma manobra do presidente para mudar a Constituição e instituir a reeleição no país.

Em um distante segundo lugar ficou Manuel Flores, candidato da antiga guerrilha de esquerda e hoje partido político Frente Farabundo Martí para a Liberação Nacional (FMLN), com 6,4% dos votos. Em terceiro ficou Joel Sánchez, da Aliança Republicana Nacionalista, de direita, com 5,57%. O comparecimento foi de 52,6%.

O TSE ainda precisa oficializar a formação do novo Congresso, que teve o número de cadeiras reduzido de 84 para 60, após a aprovação de uma reforma eleitoral, mas é certo que o Novas Ideias, partido de Bukele, terá ampla maioria — na noite da eleição, o presidente disse esperar a eleição de “pelo menos” 58 parlamentares.

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A demora na divulgação dos resultados motivou uma nota dos observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA). No texto, a missão “manifesta sua preocupação com a demora e a falta de uniformidade no escrutínio final” das eleições legislativas.

A missão também “observou uma falta de controle por parte do Tribunal Supremo Eleitoiral sobre o desenvolvimento desta etapa na qual, em muitas ocasiões, as decisões ficam nas mãos dos representantes dos partidos políticos”, diz o comunicado.

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Os observadores disseram que “tomaram nota” dos “ataques contra centenas de jornalistas” ao longo do processo eleitoral, e denunciou que, no sábado, uma integrante da missão da OEA foi impedida de exercer seu trabalho na contagem dos votos da eleição legislativa por membros do Novas Ideias. Em resposta, o TSE disse reafirmar “o compromisso de oferecer os meios e acessos” ao processo de contagem.