Internacional

Lula compara ataques na Faixa de Gaza a morte de judeus por Hitler

Agência O Globo - 18/02/2024
Lula compara ataques na Faixa de Gaza a morte de judeus por Hitler
Lula - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou os ataques na Faixa de Gaza no conflito entre Hamas e Israel às morte do período do Holocausto quando Alemanha era comandada pelo ditador nazista Adolf Hitler.

— O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus — afirmou Lula.

A fala do presidente foi feita enquanto Lula criticava países ricos que suspenderam do financiamento à agência da ONU em Gaza, que enfrenta aumento da crise humanitária. No final de janeiro, ao menos oito países — Austrália, Reino Unido, Canadá, Itália, Suíça, Holanda, Alemanha e Finlândia — se juntaram aos Estados Unidos na suspensão temporária do financiamento à agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) em Gaza. A organização anunciou ter despedido "vários" funcionários acusados por Israel de estarem envolvidos com Hamas.

— Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuição para a questão humanitária aos palestinos, fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio. Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças. Se teve algum erro nessa instituição que recolhe-se dinheiro, apura-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para um povo que está há quantas décadas tentando construir o seu Estado — afirmou Lula em coletiva de imprensa na Etiópia.

Na última quinta-feira, Lula afirmou que o Brasil fará um "novo aporte de recursos" para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina.

— Não posso dizer quanto porque não é o presidente que decide, preciso ver quem dentro do governo cuida disso para saber quanto vai dar, mas também o Brasil disse que vai defender na ONU a definição do Estado palestino reconhecimento definitivamente como estado pleno e soberano. É preciso parar de ser pequeno quanto a gente tem que ser grande — afirmou.