Internacional

Turistas são condenados a dois anos de prisão por filmar um falso sequestro no Camboja

Taiwaneses foram culpados por 'incitação à criação do caos na segurança pública' após realizarem uma transmissão ao vivo nas redes sociais

Agência O Globo - 17/02/2024
Turistas são condenados a dois anos de prisão por filmar um falso sequestro no Camboja
Prisão - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Dois turistas taiwaneses foram condenados no Camboja a dois anos de prisão por terem filmado e publicado em suas redes sociais um falso sequestro na turística cidade de Sihanoukville, no sul do país. Chen Neng-chuan, de 31 anos, e Lu Tsu-hsien, de 34, foram detidos depois de terem transmitido ao vivo no Facebook um vídeo em que eles eram arrastados e agredidos por agentes de segurança em um edifício de Sihanoukville, onde supostamente havia um centro de crimes cibernéticos.

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Segundo a agência de notícias tailandesa Central News Agency (CNA), um dos homens transmitiu ao vivo o vídeo na segunda-feira, onde afirmava que havia entrado em um “centro ilegal de golpes online”.

No vídeo, ele era perseguido e golpeado por agressores que não apareciam. No dia seguinte, em uma nova publicação, o turista mostrava suas feridas e dizia que tinha sido roubado, amarrado e agredido com uma arma de choque, antes de conseguir escapar, informou a CNA.

“Os dois homens entraram no Camboja para produzir vídeos caluniosos relacionados ao tráfico de seres humanos, à detenção com tortura, violação e venda de órgãos humanos”, disse o tribunal provincial de Preah Sihanouk em comunicado.

Ambos foram declarados culpados por “incitação à criação do caos na segurança pública”, num julgamento que ocorreu na quinta-feira. Eles cumprirão pena de dois anos de prisão e terão que pagar uma multa de cerca de U$2 mil no total (R$ 10 mil), segundo o comunicado.

Várias redes criminosas criaram múltiplas estruturas para realizar fraudes na internet, no Camboja e em outros países como Myanmar. Segundo um informe da ONU, centenas de milhares de pessoas no Sudeste Asiático são forçadas por grupos criminosos a realizarem golpes online, em muitos casos sob ameaças de tortura e violência sexual.