Internacional

Briga entre adolescentes gerou tiroteio que matou DJ e feriu 22 pessoas em celebração do Super Bowl, diz polícia dos EUA

Investigadores descartam motivação terrorista

Agência O Globo - 16/02/2024
Briga entre adolescentes gerou tiroteio que matou DJ e feriu 22 pessoas em celebração do Super Bowl, diz polícia dos EUA

As autoridades de Kansas City, no estado americano de Missouri, mantém dois adolescentes sob custódia depois de um tiroteio durante a celebração do título do Super Bowl do Kansas City Chiefs. A DJ Lisa Lopez-Galván morreu após ser atingida na troca de tiros e outras 22 pessoas ficaram feridas.

Stacey Graves, chefe de polícia da cidade, disse que as vítimas tinham idades entre 8 e 47 anos. Pelo menos metade dos feridos tinha menos de 16 anos. As autoridades afirmaram que, inicialmente, deteve três jovens, mas libertou um deles depois de determinar que a pessoa não estava envolvida. Uma porta-voz da polícia, Alayna Gonzalez, disse que os investigadores estavam trabalhando com os promotores do tribunal juvenil para “determinar as acusações aplicáveis” contra os dois adolescentes.

Ao menos uma pessoa morreu e outras 21 ficaram feridas, incluindo crianças, durante um ataque a tiros em Kansas City, no estado americano do Missouri, nesta quarta-feira. Milhares de pessoas celebravam o título do Super Bowl do Kansas City Chiefs quando homens abriram fogo. Lisa Lopez-Galván foi atingida por disparos e não resistiu aos ferimentos.

Em Nova York: Ataque a tiros em metrô deixa um morto e cinco feridos

Em dezembro: Ataque a tiros em shopping na Flórida deixa ao menos um morto, diz polícia dos EUA

De acordo com o DailyMail, Lisa estava na celebração com o marido Mike e o filho Marc, que também foi baleado. Além dos dois parentes, a DJ deixou também uma filha, Adriana.

Conhecida na comunidade como Lisa G, ela atuava como DJ numa estação de rádio comunitária, a KKKFI. Ela era apresentadora do programa Taste of Tejano, que tocava música hispânica, ao lado de seu irmão Beto Lopez. Amigos ressaltaram que a DJ era muito conhecida na localidade e "fazia os casamentos de todo mundo".

Em comunicado, a rádio KKKFI confirmou "com sincera tristeza e coração extremamento pesado" que Lisa morreu. A emissora lamentou o ataque a tiros durante a celebração.

"Este ato sem sentido tirou uma pessoa bonita de sua família e desta comunidade de KC", afirmou a rádio, em referência à cidade de Kansas City.

Vídeos mostram detenção de suspeito

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que torcedores do Kansas City Chiefs perseguem e imobilizam um homem suspeito de abrir fogo contra a multidão que celebrava o título do Super Bowl. Ao todo, três pessoas foram detidas pela polícia local, que apura o papel do homem interceptado pelos fãs de futebol americano na ocorrência.

Das três pessoas presas, duas estavam armadas. Os investigadores apuram a motivação do tiroteio.

Um vídeo mostra torcedores correndo atrás de um homem, até que ele é derrubado no chão. Uma segunda gravação, registrada pela torcedora Alyssa Marsh-Contreras, exibe o momento em que policiais se juntaram aos civis para deter o suspeito.

— Quando o abordamos, a arma saiu [da posse do homem] — diz um dos homens que aparecem na gravação, enquanto agentes levam o homem sob custódia. — Eu peguei a arma — grita outro homem.

— Temos três pessoas detidas e sob investigação pelo incidente de hoje — afirmou a chefe de polícia Stacey Graves, em entrevista coletiva, nesta quarta. — Estamos trabalhando para identificar se um dos três é aquele que apareceu naquele vídeo, no qual os torcedores ajudaram a polícia.

Dentre os 21 feridos, oito estavam em estado crítico, sete em estado grave e seis feridos sem gravidade, afirmou Ross Grundyson, chefe do Corpo de Bombeiros, nesta quarta — um hospital pediátrico recebeu 11 menores de idade, sendo nove por ferimentos de bala. A idade deles ainda não foi divulgada. Além disso, outras pessoas procuraram atendimento médico por ferimentos, mas não está claro se foram vítimas de tiros.

Laura Kelly, governadora do Kansas, estava no desfile e teve que fugir às pressas da área. Ela está "fora de perigo", disse em uma postagem nas redes sociais.

Las Vegas: Ataque a tiros em universidade deixa três mortos nos EUA

O prefeito da cidade, Quinton Lucas, que compareceu ao desfile com a mãe e esposa, disse estar "tão inconsolável quanto qualquer um".

— É absolutamente uma tragédia, do tipo que nunca teríamos esperado em Kansas City, e do tipo que nos lembraremos por algum tempo — disse Lucas em coletiva de imprensa. — Não quero que em nosso país, para cada grande evento, tenhamos que pensar na preocupação de levar um tiro.

O presidente Joe Biden já foi informado sobre o ataque, de acordo com a Casa Branca.

Sandy Hook, Columbine e Santa Fé: Relembre ataques a tiros em escolas dos EUA

Centenas de milhares de pessoas celebravam os Chiefs, que venceram no último domingo o Super Bowl, a final do campeonato nacional de futebol americano. Vários jogadores desceram dos ônibus para cumprimentar e tirar fotos com torcedores, muitos dos quais haviam chegado ao local antes do amanhecer.

O tradicional desfile da vitória percorria um trajeto de 3 quilômetros até a estação ferroviária Union Station, onde ocorreram os disparos. Torcedores fugiram às pressas do local, enquanto a polícia trabalhava para esvaziar a estação.

— Pensei que fossem fogos de artifício. Ouvi entre 15 e 20 disparos em um intervalo muito curto —descreveu John O'Connor ao jornal The Kansas City Star.

"Rezo pela cidade", publicou em redes sociais o jogador Patrick Mahomes, do Kansas City Chiefs. Em comunicado, a equipe disse estar "profundamente entristecida por causa do ato de violência sem sentido" ocorrido durante o evento, afirma estar em contato com as autoridades locais e declara que todos os jogadores, membros da comissão técnica e seus parentes estão a salvo.

Segundo a rede americana ABC, esperava-se cerca de 1 milhão de participantes no desfile, além de 600 agentes de segurança.

O ataque a tiros em Kansas City foi o 48º nos EUA neste ano, conforme o Gun Violence Archive. No Missouri, houve pelo menos 154 ataques a tiros desde 2013, excluindo o desta quarta-feira, segundo análise da CNN.