O ex-presidente Jair Bolsonaro acusou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Edson Fachin de receber dinheiro indevidamente para fraudar os resultados das eleições. Ele afirmou que não tinha provas do crime, mas sabia que “algo esquisito” estava acontecendo.

“Pessoal, perder uma eleição não tem problema nenhum. Nós não podemos é perder a Democracia numa eleição fraudada! Olha o Fachin. Os caras não têm limite. Eu não vou falar que o Fachin tá levando 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí… Que o Barroso tá levando 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí. Que o Alexandre de Moraes tá levando 50 milhões de dólares”, afirmou em reunião com ministros.

O encontro foi realizado em julho de 2022, quando ele convocou a alta cúpula do governo para cobrar a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral. “Não tenho prova, pô! Mas algo esquisito está acontecendo”, prosseguiu o ex-presidente na ocasião.

Acusações contra Moraes e Fachin foram transcritas em decisão do STF que autorizou operações contra Bolsonaro e seus aliados. Foto: ReproduçãoA fala foi transcrita na decisão de Moraes que autorizou mandatos de prisão e de busca e apreensão contra o ex-presidente e seus aliados. O vídeo com o conteúdo da reunião golpista foi encontrada por investigadores no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Participaram da reunião os ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Walter Braga Netto (então chefe da Casa Civil) e o chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes.

No mesmo encontro, general Heleno defendeu “virar a mesa antes das eleições” e “agir contra determinadas instituições”. Torres também aderiu às medidas golpistas e afirmou que se Lula vencesse as eleições todos estariam “fodidos”