Internacional
Polícia e manifestantes entram em confronto após presidente adiar eleição no Senegal; opositora é presa
Presidente Macky Sall não anunciou nova data para realização do pleito, desencadeando onda de protestos e preocupação internacional
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Manifestantes e policiais entraram em confronto na capital do Senegal, Dacar, e até então uma importante figura da oposição foi presa neste domingo, um dia após o presidente Macky Sall anunciar o adiamento indefinido das eleições presidenciais. A votação estava marcada para 25 de fevereiro, mas Sall não anunciou uma nova data, desencadeando uma onda de críticas de líderes da oposição e preocupação internacional.
Em seu comunicado no sábado, Sall disse que estava intervindo devido a uma disputa entre a Assembleia Nacional e a Corte Constitucional sobre a rejeição de candidatos. Os parlamentares estão investigando dois juízes do Conselho Constitucional cuja integridade no processo eleitoral foi questionada.
Sall, por sua vez, prometeu garantir "uma eleição livre, transparente e inclusiva", mas não definiu uma nova data para a votação.
Centenas de homens e mulheres de todas as idades foram às ruas neste domingo, atendendo ao chamado de alguns candidatos da oposição. Agitando bandeiras senegalesas ou vestindo a camisa da seleção nacional de futebol, eles convergiram no início da tarde em uma rotatória em uma das principais vias da capital.
A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e depois perseguiu os manifestantes em fuga pelas ruas adjacentes, enquanto alguns manifestantes responderam atirando pedras. Jovens gritando "Macky Sall, ditador!" montaram barricadas improvisadas e queimaram pneus nas ruas.
Diante dos confrontos, o governo suspendeu temporariamente o sinal de um canal de televisão privado por "incitação à violência" em sua cobertura dos protestos de rua, informou à AFP uma figura de destaque no Ministério das Comunicações.
Oposição se mobiliza
A ex-primeira-ministra Aminata Touré, agora uma figura proeminente da oposição, foi presa ao chegar a um protesto. Ela postou no X (anteriormente Twitter) que foi presa, e o deputado da oposição Guy Marius Sagna confirmou a informação à AFP. Touré serviu como primeira-ministra sob Sall antes de se juntar à oposição e se tornar uma de suas críticas mais presentes.
Denunciando a decisão de adiar a eleição, ela a descreveu como uma "regressão democrática sem precedentes" em um post no X no sábado, pedindo às pessoas que se mobilizassem para defender seus direitos.
Outros líderes da oposição e candidatos presidenciais também denunciaram a decisão de Sall. Habib Sy, um dos 20 candidatos, disse que os partidos de oposição se reuniram e concordaram em lançar suas campanhas eleitorais juntos.
Outra figura da oposição, o ex-prefeito de Dacar, Khalifa Sall, pediu que as forças pró-democracia se unissem. Sall, que não é parente do presidente, denunciou "um golpe constitucional" por um líder que "sonha com a eternidade".
— Todo o Senegal deve se levantar — disse ele a jornalistas.
De acordo com o código eleitoral do Senegal, devem passar pelo menos 80 dias entre a publicação do decreto que define a data e a eleição, então a votação agora só poderia ser realizada no final de abril.
Preocupação internacional
Os Estados Unidos, a União Europeia e a antiga metrópole colonial, a França, lideraram apelos para que a votação fosse reagendada para a data mais próxima possível. A UE pediu uma eleição rápida, transparente, inclusiva e credível, com a porta-voz Nabila Massrali observando que o atraso "abre um período de incerteza".
Já o Ministério das Relações Exteriores da França instou as autoridades a "acabar com a incerteza para que a votação possa ser realizada o mais rápido possível".
O Departamento de Estado dos EUA, um dos primeiros a reagir, pediu ao Senegal que estabelecesse uma data para uma eleição "oportuna, livre e justa".
Tradicionalmente, o Senegal é visto como um raro exemplo de estabilidade democrática na África Ocidental, atingida por uma série de golpes nos últimos anos no Mali, Níger e Burkina Faso. É a primeira vez que uma eleição presidencial senegalesa é adiada.
Havia 20 candidatos na disputa, embora dois importantes líderes da oposição já tivessem sido excluídos. Sall reiterou no sábado que não seria candidato.
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