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Prefeitura fez acordo com Ministério Público proibindo paredões no Carnaval, mas prefeito diz que vai “liberar”

Julio Cezar deixou dormindo na gaveta durante 7 anos indicação de vereador Toninho Garrote para liberação dos paredões no carnaval; Depois do esvaziamento das prévias resolveu "liberar" desafiando o MPE

04/02/2024
Prefeitura fez acordo com Ministério Público proibindo paredões no Carnaval, mas prefeito diz que vai “liberar”

Em Palmeira dos Índios, a decisão da prefeitura, sob a gestão do prefeito Julio Cezar, de acatar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público de Alagoas tem gerado uma onda de controvérsias. O TAC, assinado na terça-feira (16), estabeleceu regras rigorosas para a realização de eventos em vias públicas, incluindo o tradicional carnaval e outras festas de 2024. Entre as medidas impostas está a proibição de festas paralelas com uso de paredões de som, uma restrição que visa respeitar os limites de emissão de barulho e garantir a segurança dos frequentadores e que prevê a atuação da Polícia Militar para a apreensão dos equipamentos e registro de Boletim de Ocorrência com multa de R$10.000,00 para cada infrator e as autoridades que assinaram o TAC.

A polêmica se intensificou com a recente manifestação de donos de paredões e jovens da cidade nas redes sociais, que protestaram pela liberação desses equipamentos nas prévias carnavalescas, que iniciou semana passada e foi um fracasso de público, justamente, apontam os jovens pela falta dos paredões.

Em resposta ao protesto, o prefeito-imperador Julio Cezar informou, após um pedido informal do vereador Sérgio Passarinho, uma possível liberação dos paredões, contradizendo o acordo previamente estabelecido com o Ministério Público. Esta atitude levanta questões sobre a consistência das políticas públicas municipais, especialmente quando comparada à solicitação formal feita há sete anos (em fevereiro de 2017) pelo vereador Toninho Garrote, que, apesar de aprovada por unanimidade na câmara de vereadores, nunca foi atendida pelo prefeito.

Indicação de Toninho Garrote feita há 7 anos nunca foi atendida pelo prefeito-imperador
Indicação de Toninho Garrote feita há 7 anos nunca foi atendida pelo prefeito-imperador


O TAC determina ainda que os eventos devem terminar até as 2h da manhã e proíbe a venda de bebidas em recipientes de vidro e alimentos em espetinhos de madeira, além do uso de mesas do tipo bistrô. Essas medidas buscam a segurança dos participantes e a conformidade com as normas técnicas, sendo que as instalações para os eventos devem ser previamente vistoriadas pelo Corpo de Bombeiros. A organização e a fiscalização do cumprimento das regras ficarão a cargo de diversos órgãos municipais e estaduais, incluindo as secretarias municipais, o Corpo de Bombeiros, a Polícia, o Samu e o Conselho Tutelar.

Os promotores de Justiça Lucas Mascarenhas e Márcio Dória, responsáveis pela 3ª e pela 6ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, lideraram a iniciativa do TAC, destacando a importância de conciliar a tradição dos festejos com a ordem pública e o bem-estar da comunidade.

Agora, com a comunidade dividida entre a preservação da ordem e a liberdade de expressão cultural, o impasse sobre os paredões coloca em xeque a autoridade do prefeito e o poder do Ministério Público. 

Resta saber como essa questão será resolvida, mantendo o equilíbrio entre a tradição festiva de Palmeira dos Índios e as normativas legais que visam a proteção e segurança de seus cidadãos. O que prevalecerá? A vontade momentânea do prefeito-imperador ou a preservação da ordem com o Ministério Público?