Geral
DEET, icardina ou IR3535: como escolher o melhor repelente de pele para afastar o Aedes aegypti
Todos os produtos autorizados para venda no país são eficientes, mas duração do efeito varia

Na atual alta de casos de dengue, as medidas de prevenção da proliferação do mosquito são as mais indicadas pelas autoridades sanitárias. Mas nem sempre é possível evitar as nuvens de Aedes aegypti em casa. Entre as medidas de combate caseiras, a mais recomendada por especialista é o spray repelente para aplicar na pele. Entre eles, qual seria o mais eficiente?
Fast rugas: por que os efeitos do botox duram cada vez menos?
Sinfonia noturna: conheça as causas e os tratamentos do ronco
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem as substâncias ativas sintéticas registradas como eficazes no combate ao mosquito são: DEET (N-dimetil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metilbenzamida), icaridina (Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate ou Picaridin) e IR3535 (Ethyl butylacetylaminopropionate ou EBAAP). Existem ainda produtos registrados contendo como substância ativa o extrato vegetal ou o óleo de citronela.
— Dentre os industriais, existem dois que têm eficácia comprovada, que são os base de DEET e de icaridina — explica Luciana Costa, professora associada e diretora do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes -UFRJ
Estudo realizado por pesquisadores da Unesp Botucatu concluiu que os repelentes que contém icaridina na concentração de 25% são aos mais eficazes. Diversas marcas comercializam produtos com essa especificação, basta ler o rótulo.
— Não significa que os outros não funcionem, mas funcionam por menos tempo e com menor efetividade — diz Barbosa.
Por exemplo, a maioria dos repelentes à base de DEET tem cerca de quatro horas de efeito. Já os de icaridina 25% protegem por um período de 10 a 12 horas, a depender da marca. Mas também existem produtos à base de DEET com até 10 horas de proteção. Isso varia de acordo com a concentração do composto ativo.
— Quanto maior a concentração do composto ativo, maior a proteção — afirma Costa.
Mistério do trono: afinal, o que é melhor, descarga de tampa fechada ou aberta?
Essas informações estão presentes no rótulo do produto. Independentemente da escolha, para que o repelente funcione, é preciso estar atento às indicações de utilização, também disponíveis no rótulo, reaplicando após o fim do período de efeito ou após suar.
— Os repelentes individuais tem que ser passados com muita frequência e é importante checar no rótulo se há proteção contra o Aedes — orienta Mauro Teixeira, professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Outro ponto importante para ser verificado no rótulo é se o produto está aprovado pela Anvisa.
"Para os cosméticos, ou os repelentes de pele, o número do registro do produto, normalmente, aparece no rótulo como Reg. MS – X.XXXX.XXXX. O registro de cosméticos começa com o algarismo 2 e possui nove dígitos", informa a agência.
Uso pediátrico
No que diz respeito ao uso de repelentes em crianças, é preciso estar atento, pois nem todas as composições são de uso pediátrico. Por exemplo, produtos à base IR3535 podem ser usados para crianças acima de 6 meses. Já aqueles com DEET, icaridina e óleo de citronela, são indicados para crianças acima de 2 anos, a depender da concentração. Produtos com DEET, por exemplo, só podem ser utilizados em crianças a partir dos 2 anos de idade, na concentração de até 10% do ativo. Por isso, orienta-se sempre ler o rótulo para saber se determinado produto é aprovado para crianças.
Repelentes caseiros
As redes sociais estão inundadas de receitas naturais milagrosas para tudo, incluindo para proteger contra a dengue. A bióloga Denise Valle, especialista em Aedes aegypti, e pesquisadora do Laboratório de Medicina Experimental e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) alerta para a ineficácia desses produtos.
— Para o repelente ser eficiente, ele tem que atender três condições: o princípio ativo tem que ser eficaz, tem que ter uma persistência no corpo e que estar num veículo que não vai agredir a sua pele. Muitos dos repelentes caseiros podem até ter algum princípio ativo que funciona, mas não há comprovação ou garantia de que ele não vai agredir a pele nem da duração do efeito.
Mais lidas
-
1CRAÍBAS
“Assustador e inaceitável”: Deputado denuncia destruição provocada pela Vale Verde em Craíbas e alerta para risco de nova tragédia como a da Braskem
-
2JUSTIÇA
Alexandre de Moraes determina prisão de Fernando Collor
-
3SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
Encontrado corpo de segunda jovem que estava desaparecida
-
4PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Presidente da Câmara tenta justificar com “conversa mole” novo adiamento de audiência com Águas do Sertão
-
5FUTEBOL
César Sampaio aceita 'recomendação' de Neymar e treina o Santos com três volantes