Internacional
Após terceiro ataque conjunto dos EUA e do Reino Unido, houthis prometem retaliação: 'Não nos deterão'
Porta-voz do grupo afirmou que responderão 'escalada com escalada', após dezenas de alvos terem sido atingidos; governo americano afirmou neste domingo ter destruído um míssil antinavio dos rebeldes
![Após terceiro ataque conjunto dos EUA e do Reino Unido, houthis prometem retaliação: 'Não nos deterão'](http://img.dhost.cloud/nFHPo4ZMBJ7QZFFq3epIbcJGkLE=/840x520/smart/s3.tribunadosertao.com.br/uploads/imagens/iemen-2.jpg)
Os houthis, milícia xiita apoiada pelo Irã, afirmaram neste domingo que os ataques aéreos dos Estados Unidos e do Reino Unido "não os deterão" e prometeram uma resposta após dezenas de alvos terem sido atingidos em retaliação aos repetidos ataques dos rebeldes no Mar Vermelho. Na sequência dos bombardeios, em uma ação solo neste domingo, Washington anunciou ter atacado grupos armados apoiados por Teerã, destruindo um míssil antinavio pertencente aos rebeldes iemenitas.
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Os ataques aéreos conjuntos no Iêmen no final de sábado, denunciados pelo Irã, seguiram uma onda separada de ataques unilaterais americanos contra alvos ligados ao Irã no Iraque e na Síria, em retaliação a um ataque de drone que matou três soldados americanos na Jordânia, na semana passada.
Esta foi a terceira vez que as forças britânicas e americanas atacaram conjuntamente os houthis, cujos ataques em solidariedade aos palestinos em Gaza, devastada pela guerra entre Israel e Hamas, interromperam o comércio global. A primeira operação, promovida pela coalizão Ocidental, formada para garantir a livre circulação de navios comerciais no Mar Vermelho, ocorreu no dia 11 de janeiro.
Os Estados Unidos também realizaram uma série de ataques aéreos contra os rebeldes iemenitas por conta própria, mas seus ataques à rota comercial vital do Mar Vermelho, por onde passam 12% do comércio global, persistiram.
'Não nos deterão'
Os ataques de sábado atingiram "36 alvos houthi em 13 locais no Iêmen, em resposta aos contínuos ataques dos houthis contra a navegação internacional e comercial, bem como contra embarcações navais que transitam pelo Mar Vermelho", disseram os Estados Unidos e o Reino Unido em um comunicado conjunto.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que os ataques "têm a intenção de interromper e degradar ainda mais a capacidade da milícia houthi, apoiada pelo Irã, de realizar seus ataques imprudentes e desestabilizadores".
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Nem Austin nem a declaração conjunta identificaram os locais específicos que foram atingidos, mas o porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Saree, disse que a capital Sanaa e outras áreas controladas pelos rebeldes foram alvos, embora não tenha dito quantos danos foram causados.
Saree relatou um total de 48 ataques aéreos e disse na plataforma de mídia social X (antigo Twitter) que "esses ataques não nos deterão de nossa... posição de apoio ao firme povo palestino na Faixa de Gaza", onde o conflito entre Israel e Hamas ocorre desde o início de outubro e, segundo o Ministério de Saúde do enclave palestino, já dizimou mais de 27,3 mil pessoas. Os últimos ataques "não passarão sem resposta e punição", prometeu o porta-voz.
Enfrentando 'escalada com escalada'
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que os aviões de guerra Typhoon da Força Aérea Real atingiram alvos que incluíam duas estações de controle de solo usadas para operar drones de ataque e reconhecimento.
Austin disse que "as forças de coalizão atacaram 13 locais associados às instalações de armazenamento de armas profundamente enterradas dos houthis, sistemas e lançadores de mísseis, sistemas de defesa aérea e radares". Não houve relatos imediatos de vítimas.
Separadamente, o Comando Central dos EUA (Centcom) disse que suas forças realizaram um ataque contra um míssil antinavio dos rebeldes que "se preparava para ser lançado contra navios no Mar Vermelho" no início deste domingo. O artefato representava “uma ameaça iminente aos navios da Marinha dos EUA e aos navios mercantes na região”, pontuou o comando americano.
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O Cetcom havia lançado anteriormente ataques contra seis outros mísseis antinavio da milícia xiita e, na sexta-feira, militares americanos disseram que suas forças haviam derrubado oito drones no Iêmen e nas proximidades.
Os houthis começaram a atacar a navegação no Mar Vermelho em novembro, alegando que estavam atingindo navios ligados a Israel em apoio aos palestinos em Gaza, governados por outro grupo armado apoiado pelo Irã, o Hamas.
As forças dos EUA e do Reino Unido responderam com ataques contra os rebeldes, que desde então declararam que os interesses americanos e britânicos também são alvos legítimos. O porta-voz dos houthis, Nasr al-Din Amer, disse após os ataques de sábado: "Nós enfrentaremos a escalada com escalada".
Tensão na região
A raiva pela campanha de Israel em Gaza — que começou depois de um ataque terrorista sem precedentes do Hamas em 7 de outubro contra o Estado judeu, que deixou 1,2 mil mortos e fez 250 reféns, segundo as autoridades israelenses — cresceu em todo o Oriente Médio, estimulando a violência envolvendo grupos apoiados pelo Irã no Líbano, Iraque, Síria e Iêmen.
Em 28 de janeiro, um drone atingiu uma base na Jordânia, matando três soldados americanos e ferindo mais de 40 — um ataque que Washington atribuiu às forças alinhadas a Teerã. As tropas americanas e aliadas na região foram atacadas mais de 165 vezes desde meados de outubro, principalmente no Iraque e na Síria, mas as mortes na Jordânia foram as primeiras causadas por fogo hostil durante esse período.
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Os Estados Unidos responderam na sexta-feira com ataques contra dezenas de alvos em sete instalações ligadas a Teerã no Iraque e na Síria, mas não atingiram o território iraniano. Tanto o governo iraquiano quanto o sírio condenaram os ataques, enquanto Teerã disse que eles "não teriam nenhum resultado além de intensificar a tensão e a instabilidade".
O Irã também denunciou os ataques, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores dizendo que eles "contradizem" as intenções declaradas por Washington e Londres de evitar um "conflito mais amplo" no Oriente Médio.
Fontes diplomáticas disseram que o Conselho de Segurança da ONU se reunirá na segunda-feira, depois que a Rússia convocou uma reunião "sobre a ameaça à paz e à segurança criada pelos ataques dos EUA na Síria e no Iraque".
O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, por sua vez, disse que Teerã é o principal responsável pela violência, afirmando ao Sunday Times que "precisamos enviar o sinal mais claro possível ao Irã de que o que eles estão fazendo por meio de seus representantes é inaceitável".
"Vocês os criaram, os apoiaram, os financiaram, forneceram-lhes armas e, em última instância, serão responsabilizados pelo que eles fizerem", disse Cameron. (Com New York Times)
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