Internacional
Iraque diz que ataques aéreos dos EUA podem causar 'consequências desastrosas' para a região
Ofensiva ocorreu em retaliação pela morte de três soldados americanos
A Síria e o Iraque condenaram neste sábado os ataques realizados pelos EUA, que lançaram uma série de bombardeios em bases militares iraquianas e sírias afiliadas aos grupos apoiados por Bagdá um dia antes. Pelo menos 23 combatentes pró-irã morreram no leste da Síria, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). No Iraque, o governo relatou 16 mortes, incluindo de civis.
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Ambos afirmaram que essas ofensivas apenas impedem a luta contra terroristas do Estado Islâmico (EI) e ameaçam arrastar a região para uma instabilidade ainda maior. Antes, o Irã já havia tomado medidas para amenizar as tensões com Washington. A ação foi interpretada como um aparente esforço para reduzir as chances de ataque em seu território ou contra interesses regionais que considera vitais.
Ao mesmo tempo, colocou suas forças no mais alto nível de alerta e identificou uma lista de alvos americanos a atacar se seu território for violado, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o planejamento militar de Teerã. Na sexta-feira, todas as bases militares iranianas no Iraque e na Síria foram evacuadas, e os comandantes seniores dos Guardiões foram colocados “fora de alcance” para protegê-los.
Também nesta semana, o Ministério da Inteligência iraniano emitiu um comunicado alegando ter detido uma rede de espiões israelenses no Irã, e que descobriu as identidades de espiões israelenses em 28 países. As alegações não puderam ser confirmadas, e o ministério não detalhou o assunto. O país cosuma rotular dissidentes, jornalistas e ativistas como espiões de inteligência estrangeiras, e tem um histórico de sequestro e assassinato de opositores no exterior.
Ataque israelense
O Irã afirmou que um ataque israelense contra a Síria matou um de seus oficiais militares em Damasco nesta sexta-feira. Segundo a mídia local, Saeed Alidadi era membro do Corpo de Guardiões da Revolução e tinha sido enviado para a Síria como conselheiro militar. Israel não assumiu a responsabilidade pelo ataque ou comentou o caso.
Desde o final de dezembro, pelo menos outros quatro oficiais das Forças Quds, o braço externo dos Guardiões que opera na Síria, foram mortos em ataques associados a Israel. Sob condição de anonimato, um oficial de defesa confirmou que Israel matou Alidadi como parte de uma campanha maior contra iranianos que ajudam milícias que lutaram contra o país.
Alidadi era um especialista técnico em engenharia eletrônica para mísseis e drones. A morte dele ocorreu em contexto de tensão na região, que já esperava por ataques dos EUA em retaliação pela morte de três soldados americanos em uma ofensiva com drones na Jordânia. A administração Biden responsabilizou uma rede de milícias ligadas ao Irã e Iraque pelo ataque, que ocorreu no último domingo.
Durante a semana, oficiais iranianos haviam alertado que, se Washington atacasse dentro do país ou matasse qualquer militar, o Irã iria retaliar, ainda que também tenham enfatizado que o país não busca uma guerra contra os EUA. Na sexta à noite, o porta-voz das Forças Armadas do Iraque, general Yahya Rasool, classificou a ofensiva como “uma ameaça que arrastará o Iraque e a região para consequências imprevisíveis”.
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