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Polonesa que alegava ser Madeleine McCann diz se arrepender de publicações nas redes

Agência O Globo - 31/01/2024
Polonesa que alegava ser Madeleine McCann diz se arrepender de publicações nas redes
Polonesa que alegava ser Madeleine McCann diz se arrepender de publicações nas redes - Foto: Reprodução

A polonesa Julia Wandelt, que viralizou nas redes no ano passado ao alegar ser a britânica Madeleine McCann, disse se arrepender das publicações em entrevista a emissora britânica BBC, divulgada nesta terça-feira.

— Nunca tive a intenção de machucar ninguém, incluindo os McCann. Eu realmente queria saber quem eu sou — disse a jovem de 22 anos.

Em entrevista ao podcast "Why do you hate me?", da BBC, a jovem polonesa afirmou ter sofrido abuso sexual quando era criança. Anos depois, enquanto fazia terapia, Wandelt percebeu não se lembrar bem de partes de sua infância. A falta de memória levou a polonesa a cogitar que poderia ter sido adotada pelos pais. Ela questionou pais e parentes na tentativa de preencher lacunas de sua memória.

— Por exemplo, você pode me mostrar algumas fotos da infância? Você pode me mostrar suas fotos de gravidez? —explicou Julia.

Segundo a jovem, os parentes ignoraram suas especulações em relação ao próprio passado. O efeito dessa atitude, segundo Julia Wandelt, foi de alimentar ainda mais as suas suspeita. Com isso, ela foi na internet atrás de respostas e pesquisou por casos de crianças desaparecidas.

— Eu sei como é a aparência do meu agressor. E eu sei que é muito, muito semelhante aos suspeitos do caso de Madeleine McCann.

No ano passado, Wandelt usou uma conta no Instagram para publicar vídeos e montagens que reforçariam sua semelhança com a britânica. Em seu perfil no Instagram, ela já tem cerca de 115 mil seguidores. O principal suspeito do desaparecimento de Madeleine é o alemão Christian Brueckner. A polícia alemã tem como principal linha de investigação a hipótese de que a menina foi assassinada.

As idades de Wandelt e McCann, que teria cerca de 19 anos, não batem, sendo a alemã três anos mais velha. Uma sarda na perna e uma rara condição no olho estariam entre as evidências apontadas pela jovem da Polônia de que seria ela a garota desaparecida.

"Acho que posso ser Madeleine. Preciso de teste de DNA. Investigadores da polícia do Reino Unido e da Polônia tentam me ignorar. Vou contar minha história em posts aqui. Me ajude", dizia a descrição do perfil da jovem no Instagram.

Julia Wandelt alegou também ter sido vítima de um abusador alemão e que tem poucas lembranças da infância por sofrer de amnésia pós-traumática.

Em 2020, a polícia alemã apontou que o principal suspeito era um agressor sexual, já preso no país, que teria matado a menina após o sequestro. Ele foi identificado como Christian Brueckner e está cumprindo uma pena de sete anos em Oldenburg, norte da Alemanha, por estuprar uma turista americana de 72 anos na Praia da Luz em 2005.

As autoridades portuguesas corroboraram a linha de investigação dos promotores alemães e também declararam Brueckner como o principal suspeito do crime. Registros telefônicos identificaram que o suspeito esteve perto do complexo hoteleiro onde Madeleine desapareceu mas, até o momento, nenhuma acusação formal foi feita contra o homem sobre esse caso. O corpo de Madeleine nunca foi encontrado.