Internacional
Presidente mexicano promete investigar vazamento de dados de mais de 300 jornalistas
O México é considerado um dos países mais perigosos do mundo para exercer o jornalismo, segundo diversas organizações de proteção de repórteres

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, informou nesta segunda-feira que seu governo está investigando o hackeamento de dados pessoais de mais de 300 jornalistas credenciados na Presidência, atribuindo o vazamento aos seus adversários políticos.
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— Precisamos primeiro encontrar uma forma de saber o que aconteceu, quem hackeou — disse o presidente em sua habitual entrevista coletiva matinal, prometendo que seu governo dará "apoio a todos os que aparecem na lista".
Ele mencionou a entrega de um relatório ao instituto nacional responsável pela proteção de dados pessoais, o Inai. Na noite de domingo, o órgão indicou que estava "atento aos relatos de jornalistas pelo suposto vazamento de seus dados pessoais" e compartilhou um formulário de denúncia.
López Obrador já criticou o Inai e anunciou uma reforma constitucional para que deixe de existir, junto com outros órgãos similares, alegando que "não servem para nada".
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— É uma guerra suja, é espionagem — continuou o presidente sobre o vazamento, culpando seus adversários a poucos meses das eleições.
Ele disse que "o que fizeram com Guacamaya é um ataque cibernético", em alusão ao vazamento de documentos oficiais confidenciais que afetou vários países da América Latina, incluindo o México.
'Pessoas sem escrúpulos'
— São as mesmas pessoas, pessoas sem escrúpulos morais que agem desta forma. São guerras midiáticas — comentou, citando o nome de dois famosos jornalistas mexicanos. — A segurança foi falha ou foram hackers muito bons. Lembrem-se que nossos adversários têm muito dinheiro e podem contratar os criminosos mais especializados do mundo.
A divulgação desses dados busca "semear a ideia de que nós censuramos, somos ditadores", especulou.
López Obrador disse ainda que, diante das eleições presidenciais de 2 de junho, provavelmente este tipo de ação ilegal e outras que afetem seu governo vão se repetir.
Na última sexta-feira, o fundador da empresa de segurança cibernética Silikn, Víctor Ruiz, denunciou na rede social X (antigo Twitter) o vazamento dos nomes e dados pessoais dos jornalistas. Nessa lista, a AFP identificou vários de seus profissionais, que foram acreditados no governo de López Obrador em 2021.
O México é considerado um dos países mais perigosos do mundo para exercer o jornalismo, segundo diversas organizações de proteção de repórteres. Ao menos 43 jornalistas foram assassinados no México desde que López Obrador assumiu a Presidência, em dezembro de 2018, segundo a ONG Article 19.
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