Internacional
Colômbia pede ajuda à ONU para extinguir mais de 30 focos de incêndios florestais, três deles na capital
Dos 1.120 municípios colombianos, 977 permanecem em estado de atenção nesta quinta-feira devido à possibilidade de queimadas, informou a autoridade climática
A Colômbia pediu ajuda aos países membros das Nações Unidas, nesta quinta-feira, para extinguir os cerca de 30 focos de incêndios florestais que estão ocorrendo em várias regiões do país, incluindo a capital, Bogotá. De acordo com a autoridade climática nacional (Ideam), 977 dos 1.120 municípios colombianos permanecem em estado de atenção devido à possibilidade de queimadas, dos quais 681 estão em alerta vermelho.
— Vamos pedir apoio às Nações Unidas. Há um protocolo para isso, que será ativado hoje — anunciou o presidente Gustavo Petro, que no dia anterior já havia decretado "desastre natural".
A medida permite a transferência de "alocações orçamentárias que haviam sido aprovadas para outros fins para mitigar o problema", informou o presidente. Segundo Petro, Estados Unidos, Chile, Peru e Canadá já responderam positivamente aos apelos da Colômbia para conter as chamas.
Um total de 31 incêndios estão ativos nesta quinta-feira em cinco regiões do país, pelo menos três deles na capital, causando estragos em seu principal aeroporto e forçando o cancelamento de aulas, de acordo com o último relatório da Unidade Nacional de Gestão de Risco de Desastres (UNGRD), administrada pelo Estado.
Os departamentos mais afetados são Cundinamarca, onde fica a capital, e Boyacá, com 112 e 100 municípios em alerta vermelho, respectivamente. O coronel Giovanni Jiménez, vice-diretor de Meteorologia do Ideam, explicou que os alertas não significam que há incêndios ativos nessas áreas, mas que condições específicas foram atendidas, que são cinco dias sem chuva e altas temperaturas que geram pontos quentes no território, o que se traduz nas condições ideais para a ocorrência de incêndios na cobertura vegetal.
Reconhecida por sua biodiversidade, a Colômbia enfrentou uma grave onda de incêndios em ecossistemas vitais nos últimos meses em meio ao calor extremo e às secas relacionadas ao El Niño que durarão até junho. A autoridade climática estima que 87% do país está em "risco máximo" de incêndios.
— Esse fenômeno está ocorrendo em condições nunca vistas antes. Terminamos 2023 como o ano mais quente desde os tempos pré-industriais. É por isso que estamos vendo um aumento no número de municípios em alerta diariamente — disse o coronel Jiménez ao jornal local El Tiempo.
Desde 3 de novembro, quando o El Niño agravado pela mudança climática começou, 336 incêndios florestais foram registrados em 174 municípios colombianos. Pelo menos 6.618 hectares de vegetação foram devastados, de acordo com a UNGRD.
— No momento, há 62 municípios com estresse hídrico. Ou seja, onde a capacidade de água doce se igualou ou está abaixo da demanda da população — acrescentou o presidente Gustavo Petro.
Restrições em El Dorado
A fumaça dos incêndios que estão queimando há quatro dias em diferentes partes da cadeia de montanhas que faz fronteira com Bogotá afetou a operação do aeroporto internacional El Dorado na manhã de quinta-feira.
A Aeronáutica Civil informou que o primeiro terminal aéreo da América Latina em termos de volume de carga estava operando "com restrições" devido à dificuldade de visibilidade nas pistas devido a uma combinação de neblina e fumaça.
Imagens compartilhadas pela Aerocivil nas mídias sociais mostraram uma densa nuvem branca envolvendo a torre de controle de El Dorado.
Um total de 138 voos foram afetados, incluindo 48 cancelados e 16 desviados para outros aeroportos, de acordo com uma declaração da autoridade de aviação, que informou que a operação está "em processo de normalização".
A companhia aérea colombiana Avianca e a companhia aérea chilena Latam permitiram que os usuários remarcassem seus voos sem custo adicional.
Mais de 300 bombeiros, soldados, policiais e socorristas voluntários estão trabalhando com helicópteros-tanque e drones térmicos nesta quinta-feira em Bogotá, disse o prefeito Carlos Fernando Galan em uma declaração à mídia.
A autoridade fez um "apelo para que a população ao redor da área dos incêndios use máscaras". Um repórter da AFP observou dezenas de pessoas usando a proteção facial na capital, de onde é possível observar uma espessa coluna de fumaça.
— Você pode realmente sentir a fumaça. Dá para sentir que ela desce pela garganta — disse Blanca Galindo, uma vendedora de suco de frutas de 69 anos. — É terrível.
De acordo com o prefeito Galán, algumas escolas cancelaram as aulas presenciais e passaram a ser virtuais. A Universidade Javeriana, uma das principais universidades do país e cujo campus fica próximo aos focos de incêndio, tomou a mesma decisão.
Entre outras medidas, o Gabinete do prefeito recomendou evitar exercícios ao ar livre, fechar as janelas e deixar toalhas molhadas sob as portas.
— Estou muito preocupado. É terrível (...) Quando eu estava vindo para cá, estava totalmente nublado — disse Andrea Gómez, uma trabalhadora autônoma de 48 anos.
Animais selvagens, como quatis, corujas e outros pássaros, foram vistos se abrigando em áreas urbanas próximas. (Com El Tiempo)
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