Internacional
Manifestantes pró-Palestina interrompem ato de campanha de Biden na Virginia; veja vídeo
Ato ocorreu cerca de duas semanas depois de protesto semelhante na Virginia, e serviu como mais um sinal de alerta para o democrata
O presidente dos EUA e candidato à reeleição Joe Biden teve um discurso de campanha no estado da Virginia interrompido por manifestantes contrários à guerra em Gaza, e críticos do apoio que a Casa Branca tem dado a Israel desde o início do conflito, em outubro do ano passado. O protesto se somou a atos semelhantes vistos nas últimas semanas, e que refletem uma insatisfação crescente de potenciais eleitores de Biden com as posições dele sobre a guerra.
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No ato de campanha, Biden discursava sobre a necessidade de garantir, na forma de um projeto de lei, o direito constitucional das mulheres ao aborto. Em 2022, a Suprema Corte americana, hoje de maioria conservadora, derrubou uma decisão de 1973 que garantia esse direito, abrindo caminho para uma série de medidas restritivas ao redor do país, especialmente em estados republicanos. Na fala, ele centrou seus ataques em Donald Trump, que caminha para ser seu adversário na eleição de novembro, e disse que seu rival está "empenhado" em impor mais restrições ao aborto no país.
Mas nem todos na plateia estavam no salão de eventos de Manassas para aplaudir Biden: ao todo, foram mais de dez interrupções, todas voltadas à situação na Faixa de Gaza. Uma das manifestantes acusou Biden de bloquear o envio de leite em pó para bebês no enclave palestino, uma referência à demora na entrada de caminhões de suprimentos a partir da fronteira com o Egito. Outros pediam um cessar-fogo imediato, além do reconhecimento de um Estado palestino. Em uma das interrupções, Biden pareceu resignado.
— Isso vai continuar por mais um tempo. Eles planejaram isso tudo — disse o presidente, que em cada pausa era aplaudido e recebido com o grito de "mais quatro anos".
Desde o início da guerra em Gaza, a postura dos EUA sobre o apoio a Israel é questionada por setores progressistas dentro do país. Para muitos, a Casa Branca está contribuindo para o que chamam de "massacre" no território palestino, onde autoridades locais afirmam que mais de 25 mil pessoas, incluindo muitas mulheres e crianças, morreram — os vetos a resoluções no Conselho de Segurança que estipulavam uma pausa nos combates também contribuíram para essa percepção.
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Em sua defesa, Biden e integrantes do governo têm afirmado que exercem pressão sobre Israel para reduzir o número de vítimas civis e para minimizar o impacto humanitário que meses de bombardeio têm causado aos mais de 2 milhões de moradores de Gaza.
Um dos resultados práticos dos questionamentos é, como visto nesta terça-feira, a sequência de protestos em atos de campanha de Biden. Em novembro, ele foi interrompido por um rabino que exigia um cessar-fogo para o retorno dos reféns. Biden respondeu que uma pausa "era necessária", mas sem fazer promessas. No começo do mês, um grupo de manifestantes voltou a interromper o presidente em um evento em uma igreja em Charleston, na Carolina do Norte. Se dirigindo a eles, Biden disse que trabalhava para reduzir o sofrimento em Gaza.
Além das interrupções, a posição sobre a guerra também preocupa Biden em termos eleitorais. Eleitores jovens e de comunidades como a árabe-americana, cruciais para sua vitória contra Trump em 2020, sinalizam que podem não sair de casa para votar no dia da eleição, inclusive em estados-chave, como o Michigan, onde o democrata venceu há quatro anos.
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