Internacional
Chefe de diplomacia da União Europeia acusa Israel de criar e financiar o Hamas
Josep Borrell acusou Netanyahu de 'boicotar' criação de dois Estados nos 'últimos trinta anos'
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou nesta sexta-feira Israel de ter criado e financiado o movimento palestino Hamas, que enfrenta atualmente na guerra na Faixa de Gaza. Em um evento na Universidade de Valladolid, na Espanha, ele defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israel-palestino, que foi novamente aceso com o ataque mortal do Hamas em 7 de outubro.
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Esta opção, também defendida pelos Estados Unidos, encontra a rejeição total do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem Borrell acusou de estar “boicotando” esta via “durante os últimos trinta anos”.
“Acreditamos que uma solução de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz. Embora, insisto, Israel reafirme a sua recusa”, disse o principal representante diplomático da UE. “Para evitar isso (esta solução), eles próprios criaram o Hamas. O Hamas foi financiado pelo governo de Israel para tentar enfraquecer a Autoridade Palestina do Fatah”, continuou ele.
“Mas se não intervirmos fortemente, a espiral de ódio e violência continuará geração após geração, de funeral em funeral, à medida que florescem as sementes do ódio que hoje estão sendo semeadas em Gaza”, acrescentou.
O Hamas foi criado em dezembro de 1987, logo após o levante palestino da primeira intifada, por um grupo de militantes islâmicos. Sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”, o Hamas foi fundado para combater a Jihad Islâmica e rivalizar com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), um movimento largamente secular então liderado por Yasser Arafat.
Vinte anos depois, em junho de 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza após uma quase guerra civil contra o Fatah, de Mahmoud Abbas, sucessor de Arafat e presidente da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada.
Nos últimos anos, o Catar enviou milhões de dólares em ajuda a Gaza, apesar do bloqueio israelense ao território, o que provocou críticas a Netanyahu por ter favorecido o financiamento do movimento Hamas que controla a Faixa. O primeiro-ministro nega estas acusações.
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