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Brasileira presa por suspeita de homicídio de compatriota em Paris confessa ser mula do tráfico; polícia apura rede internacional

Caso foi descoberto no sábado, quando o corpo sem vida de uma mulher, com cerca de 40 anos, foi achado num hotel a noroeste da capital francesa

Agência O Globo - 19/01/2024
Brasileira presa por suspeita de homicídio de compatriota em Paris confessa ser mula do tráfico; polícia apura rede internacional

As brasileiras presas por autoridades francesas durante uma investigação do assassinato de outra brasileira, encontrada morta num hotel de Paris, vão responder por tráfico de drogas.

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As mulheres, que foram detidas após a suspeita de homicídio, foram acusadas pelo crime nesta quinta-feira depois de terem dito aos investigadores que elas e a vítima agiram como "mulas" para levar drogas até a França, disseram fontes próximas do caso à AFP.

O principal suspeito do caso do assassinato, um homem ligado à mesma rede de tráfico de drogas, continua foragido, disseram as fontes. O homem teria se hospedado no hotel com a vítima.

A vítima, de cerca de 40 anos, foi encontrada com um “ferimento profundo na artéria carótida”, no pescoço, no sábado, depois de ficar no hotel no noroeste de Paris por cerca de uma semana, disse uma fonte policial.

As outras duas mulheres brasileiras, de 27 e 37 anos, foram presas no domingo enquanto tentavam voar para fora do país, disseram duas fontes próximas ao caso. Na noite de quinta-feira, as mulheres disseram a um juiz que era a primeira vez que agiam como "mulas" do tráfico.

— Tenho três filhos e uma mãe que tem câncer. A chuva destruiu a minha casa em dezembro, e tenho dívidas — alegou a mulher de 27 anos.

A mulher de 37 anos, por sua vez, pediu desculpas pelo ato, dizendo que devia dinheiro a alguém que a “ameaçou”.

Investigação revela rede de tráfico

A investigação sobre o assassinato da brasileira num hotel de Paris revelou uma rede de tráfico de drogas entre o Brasil e a França, informaram nesta quinta-feira fontes judiciais à AFP.

Um promotor argumentou que elas deveriam ser detidos temporariamente devido ao risco de represálias de “pessoas muito perigosas” da rede de drogas. Um juiz ordenou que permanecessem sob custódia “enquanto prosseguem as investigações”.

Segundo o promotor responsável, o caso tem “um duplo objetivo”: “encontrar o autor do crime [homicídio] e todos os coautores do tráfico de drogas”.

— Há outras pessoas identificadas para serem presas — disse ele.

Os investigadores afirmaram que ambas as mulheres estão expostas a “um risco bastante significativo de retaliação” no Brasil, por estarem envolvidas numa rede com “pessoas muito perigosas”, o que constitui mais um motivo para manter a sua prisão provisória.