Cidades
Roda de JHC: Maceió se torna a Itu das Alagoas, a cidade das grandezas fúteis e de pequenezas com as vítimas da Braskem

Parece que Maceió está disputando o título de 'cidade dos objetos gigantes' com a famosa Itu, em São Paulo. Sob a gestão do prefeito JHC, a capital alagoana vem se destacando por suas atrações de dimensões avantajadas. Após a instalação de uma cadeira de praia gigante na orla de Ponta Verde, agora é a vez da "roda do JHC", uma roda gigante na orla de Pajuçara, prometendo "turbinar" o turismo com seu tamanho imponente.
No entanto, essa propensão para o "grandioso" do prefeito JHC vem sendo recebida com um misto de ceticismo e crítica. Enquanto se anuncia a roda gigante, que refletirá o brilho do sol de Maceió, muitos se perguntam se o tamanho realmente importa quando se trata de administração pública.
Por um lado, os "shows gratuitos" do festival de verão, financiados pelos impostos dos cidadãos, ecoam a mania de grandezas de JHC, animando as massas com atrações caríssimas. Por outro, as áreas mais pobres da cidade enfrentam uma realidade bem diferente: ruas esburacadas, falta de limpeza urbana, e postos de saúde carentes de recursos básicos.
Além disso, a situação se agrava com o problema gerado pela Braskem. Um terço de Maceió, incluindo aí seis bairros, enfrenta o drama do afundamento do solo, uma crise minimizada de maneira questionável pelo acordo vergonhoso entre o prefeito e a empresa mineradora estampado na imprensa. Esse cenário, contrastando com as atrações turísticas grandiosas, pinta um quadro de uma cidade dividida entre o espetáculo circense e a realidade cotidiana.
A gestão midiática engana a tolos e turistas, mas a população dos bairros periféricos sofre com uma má gestão que apenas maquia os bairros nobres e empobrece cada vez mais que mora nas encostas e na parte alta.
Enquanto isso, os credores da prefeitura se acumulam, buscando respostas e soluções que parecem tão distantes quanto a possibilidade de Maceió se tornar a nova Itu. A "roda do JHC", embora possa ter muitos fãs e se tornar no futuro mais conhecida que a própria Pajuçara, ela irá girar sobre um solo de desconfiança.
Nesta Maceió de contrastes, onde a fixação por coisas grandes do prefeito chama a atenção, fica o questionamento: será que o tamanho realmente importa quando se trata de coisa pública?
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