Internacional
Remédios para os reféns chegam ao Egito, mas decisão israelense de suspender inspeção causa impasse
Anúncio foi feito pelo líder do Hamas; premier Benjamin Netanyahu empurra responsabilidade para Forças Armadas e autoridades de segurança, gerando críticas internas: 'loucura'
O avião com os medicamentos destinados aos reféns e palestinos em Gaza, como parte do novo acordo entre as partes mediado pelo Catar e a França, pousou no Egito nesta quarta-feira. Mas, uma decisão de Israel de não inspecionar os comboios que entrarão no enclave tem gerado um impasse dentro do governo. Enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu procura distanciar-se do imbróglio, empurrando a responsabilidade para as Forças Armadas e autoridades de segurança, membros do governo argumentam que decisão compete à ala política.
A decisão de Israel foi anunciada pelo líder do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007, Moussa Abu Marzouk, segundo a imprensa israelense. Em resposta, o gabinete de Netanyahu, citado pelo jornal Haaretz, disse que “o primeiro-ministro não se envolveu na forma como o medicamento entrará” no enclave, afirmando que tais questões “são definidas pelas Forças Armadas de Israel e pelas autoridades de segurança”.
A tentativa de distanciamento do problema pelo premier suscitou críticas de membros do governo, inclusive dos mais extremistas. O ex-ministro da Defesa e atual membro do gabinete de guerra, instaurado em outubro, Benny Gantz afirmou que “a responsabilidade pela decisão, bem como pela sua implementação, cabe ao escalão político e apenas a nós”, citou o jornal israelense. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, repreendeu Netanyahu, pedindo-lhe para que parasse de “tentar se esquivar [das responsabilidades]”.
Em uma publicação no X (antigo Twitter), Ben Gvir afirmou que, de fato, cabe às Forças Armadas e às autoridades de segurança os preparativos para a inspeção, mas que a responsabilidade pela ação — realizada por esses agentes — cabe ao primeiro-ministro e ao gabinete de guerra.
“Se os camiões ainda não foram trazidos, basta instruir as Forças Armadas de Israel e as forças de segurança a não permitirem que sejam trazidos sem uma inspeção. Isto está absolutamente sob sua responsabilidade e autoridade. Remédios para os reféns — com certeza. Oxigênio para o Hamas continuar lutando — uma loucura”, escreveu na rede social.
O acordo entre Israel e o Hamas para o envio de medicamentos aos reféns em troca de suprimentos médicos para os palestinos foi anunciado pelo Catar, na terça. Os medicamentos foram comprados e enviados pela França, que também participou da mediação. As remessas deverão ser entregues a 45 reféns, segundo uma lista elaborada pelo Ministério das Relações Exteriores francês, informou o Times of Israel.
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