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Estudante é condenado a cinco anos de prisão na Rússia por suposta colaboração com a Ucrânia

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, muitos russos e estrangeiros foram detidos ou condenados sob a acusação de sabotagem

Agência O Globo - 15/01/2024
Estudante é condenado a cinco anos de prisão na Rússia por suposta colaboração com a Ucrânia

Um estudante russo, de 20 anos, foi condenado a cinco anos de prisão após ser acusado de colaborar com os serviços especiais ucranianos e de planejar ataques de sabotagem a bases militares na Rússia, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira.

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"O Tribunal Regional de Kurgan declarou culpado o estudante de 20 anos, recrutado pelos serviços especiais ucranianos", disse o braço local dos Serviços Federal de Segurança russos (FSB) em um comunicado, citado pela AFP.

Ainda segundo a filial do serviço russo, o estudante, cujo nome não foi revelado, "planejou atos de sabotagem de infraestruturas militares e sociais, difundir propaganda pró-ucraniana na internet e coletar e transmitir (para Kiev) dados sobre a posição das unidades militares russas".

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Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, muitos russos e estrangeiros foram detidos, ou condenados, sob a acusação de sabotagem.

A Justiça russa também pune severamente os críticos da ofensiva na Ucrânia. Milhares de russos foram multados, ou condenados a longas penas de prisão por este motivo desde fevereiro de 2022.

Segundo a OVD-Info, um grupo de mídia para direitos humanos, mais de 19,5 mil pessoas foram detidas ou tiveram sua liberdade restrita por publicações contra a guerra, na Rússia e na Crimeia entre os fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023. Quase 180 foram por publicações na internet.

Um dado do grupo, citado pela CNN, mostra que 447 russos processados foram acusados de "disseminar informações falsas".

Centenas de soldados condenados

Também nesta segunda-feira, a Rússia anunciou ter condenado mais de 200 soldados ucranianos, prisioneiros de guerra, a longas penas de prisão, quase dois anos depois do início da ofensiva russa na Ucrânia. Desde então, milhares de soldados foram capturados por ambos os lados, embora seu número exato não tenha sido divulgado.

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As autoridades acusam os militares, muitos dos quais se tornaram prisioneiros no cerco à cidade portuária de Mariupol de abusos contra civis. A região caiu nas mãos das forças russas em maio de 2022, depois de ter sido praticamente arrasada durante um cerco de quase dois meses. Desde então, tem sido ocupada pelo exército russo. Segundo Kiev, milhares de pessoas morreram na cidade.

Nos últimos meses, a Rússia multiplicou os julgamentos de alguns prisioneiros acusando-os de crimes de guerra, o que foi criticado por Kiev e organizações de direitos humanos.