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Todos os reféns retidos em prisões no Equador foram liberados

Segundo entidade estatal responsável pelas prisões, 136 pessoas estavam mantidas presas por detentos em cadeias do país

Agência O Globo - 14/01/2024

Todos os reféns retidos em prisões no Equador foram liberados

Todos os guardas e funcionários que estavam sendo mantidos reféns por detentos em prisões no Equador foram liberados durante a noite de sábado para domingo, anunciou o presidente Daniel Noboa. Em publicação nas redes sociais, ele agradeceu aos trabalhadores e ao Serviço Nacional de Atendimento Integral para Adultos Privados de Liberdade (SNAI), órgão responsável pelo sistema penitenciário.

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“Os protocolos de segurança e o trabalho conjunto com a Polícia Nacional e as Forças Armadas foram concluídos com sucesso após a libertação de todos (...) que estavam retidos nos diferentes Centros de Privação de Liberdade (CPL) do país”, afirmou a entidade em comunicado. Segundo a instituição, mais de 130 funcionários foram feitos reféns em diferentes prisões do país por grupos criminosos.

O SNAI também comunicou a morte do agente penitenciário Daniel Tinitana González. Ele teria sido morto em um “confronto armado” na prisão. Outro guarda foi ferido no mesmo incidente. Ainda conforme a pasta, 41 funcionários, entre guardas e pessoal administrativo, foram soltos pelos grupos criminosos, e 13 saíram da prisão de Esmeraldas, no norte do país, após negociações envolvendo a Igreja Católica.

Antes do comunicado do governo sobre os reféns, havia incerteza entre familiares e associações trabalhistas. O vice-presidente da Associação de Servidores Penitenciários do Equador (ASPE), Carlos Ordóñez, questionou a falta de informações oficiais do SNAI sobre o estado dos sequestrados e possíveis planos de intervenção. O temor aumentou com a circulação de vídeos que mostravam guardas em situações precárias.

O presidente Noboa declarou um “conflito armado interno” depois que o líder do narcotráfico José Macías Villamar, conhecido como Fito, fugiu da prisão. Grupos criminosos reagiram com ataques, incluindo o assalto à Universidade de Guayaquil e investidas contra hospitais e centros comerciais. Noboa enfatizou que seu governo não cederá às pressões desses grupos e destacou que estão em um estado de guerra.

Uma dezena de organizações criminosas estão semeando o terror e, a partir das prisões, tentam impor autoridade diante das políticas rigorosas do governo de Noboa para lidar com esses grupos. As operações da força pública continuam nas principais cidades, e o estado de exceção decretado pelo governo resultou em prisões, confrontos e apreensão de armas e explosivos.