Economia
Nasa se inspira na SpaceX, de Elon Musk, para lidar com incidentes em sua campanha para voltar à lua
Programa da agência espacial americana usa lógica de capital de risco para investir em startups privadas dispostas a investir no desenvolvimento de espaçonaves, com o objetivo de prestar serviço de transporte posteriormente

Quando a primeira espaçonave fabricada nos EUA para pousar na lua foi lançado em 50 anos passou por uma falha crítica log após atingir o espaço na última segunda-feira, dia 8, a notícia foi, inicialmente, um choque, mas a Nasa, a agência especial americana, estava preparada. As falhas fazem parte da nova estratégia da Nasa para voltar à lua, parcialmente inspirada na metodologia da SpaceX, fabricante de foguetes do bilionário Elon Musk, e no modelo de venture capital, como é conhecido o investimento de risco em empresas iniciantes e inovadoras.
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O pousador Peregrino, fabricado pela por uma startup chamada Atrobotic, mal tinha entrado em órbita quando sofreu, aparentemente, um erro de propulsão, levando a um vazamento de propelente no espaço. Após um dia, a empresa disse que não havia mais chances de a espaçonave pousar na lua.
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A Nasa, na verdade, antecipou alguns incidentes como esse em sua estratégia para voltar à lua, inspirada na SpaceX. O plano maior da agência espacial americana é mandar pessoas de volta à lua em algum momento ainda nesta década.
O pousador Peregrino, da Astrobotic, foi criado em parceria com o programa Serviço Comercial de Carga Útil Lunar (CLPS, na sigla em inglês), da Nasa. A ideia do programa é ajudar a fomentar o desenvolvimento de espaçonaves lunares construídas por empresas privadas que possam levar cargas úteis da Nasa, permitindo que algumas empresas parceiras avancem mais rapidamente do que outras.
– Diferentemente de outros programas da Nasa, se ocorre um erro no CLPS, não é uma perda total – disse, antes do lançamento da Astrobotic, Jim Bridenstine, que era diretor-geral da Nasa quando o CLPS foi criado. – Modelamos isso no formato dos investimentos de capital de risco em startups.
A Nasa tem cada vez mais abraçado esse arcabouço desde a virada do século. A ideia é financiar parcialmente o desenvolvimento de um equipamento por uma empresa e, então, contratar o serviço de transporte quando a espaçonave estiver completamente desenvolvida.
Contraste com estratégia tradicional
Isso é contrastante com o jeito como a Nasa fazia as coisas antes. Durante anos, se a agência espacial americana queria fazer algo, ela usualmente financiava e supervisionava completamente o desenvolvimento do veículo. Esse caminho era, tipicamente, caro e demorado.
Como parte do programa CLPS, a Nasa deu à Astrobotic algum capital inicial e compartilhou conhecimento com a empresa, embora tenha, principalmente, deixado a firma construir o Peregrino como quis. Para acelerar as coisas, a Nasa também selecionou diversas outras empresas para fazer pousadores lunares, criando uma corrida entre as companhias para se tornarem as primeiras firmas privadas a pousar na lua.
– Esses operadores têm que levantar capital privado, precisam chegar a clientes que não sejam a Nasa e têm que competir uns com os outros por custos e inovação – disse Bridenstine, hoje um consultor independente e membro da diretoria da Viasat, provedora de internet via satélite.
A Nasa sabia que algumas das empresas não chegariam tão longe quanto a Astrobotic chegou.
– A ideia não é buscar perfeição – disse Bridenstine. – A ideia é: quão rápido conseguimos ir? É um tipo de lição que aprendemos com a SpaceX, para ser honesto.
SpaceX não teme errar em público
A SpaceX, de Musk, lança novos foguetes de teste aceitando que eles poderão explodir ou falhar em meio ao voo. É uma das razões pelas quais a empresa consegue avançar em desenvolvimento mais rapidamente do que a Nasa ou outras companhias que são mais relutantes em “errar” em público.
Explosões e falhas ainda têm consequências. A Nasa colocou US$ 108 milhões de recursos de tributos no desenvolvimento da missão da Astrobotic, mais do que o contrato inicial de US$ 79,5 milhões, de quando a empresa foi selecionada para o CLPS. Além disso, a agência tinha cinco cargas úteis lunares no Peregrino, que se perderam e não chegarão à superfície da lua.
A Nasa não tem esse tipo de tolerância com erros em missões tripuladas. A agência aceita melhor os incidentes durante testes de desenvolvimento ou quando vidas humanas não estão em jogo.
– Desenhamos esse programa sabendo que iria haver erros – disse Bridenstine.
Boa notícia, apesar de falha
Apesar de tudo, na quinta-feira, dia 11, houve um pouco de boas notícias. Embora não tenha chegado à lua, a Astrobotic anunciou que recebeu informações de nove das cargas úteis que estavam sendo levadas na espaçonave, provando que elas poderão funcionar no espaço.
Outras das empresas do CLPS, chamada Intuitive Machines, sediada em Houston, prevê lançar sua sonda lunar num foguete Falcon 9 da SpaceX em meados de fevereiro. Há ainda oportunidades para que as companhias ligadas ao programa da Nasa sejam bem-sucedidas em suas missões.
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